O banco Itaú obteve um Lucro Líquido Recorrente de R$ 3,9 bilhões no 1º trimestre de 2020, queda de 43,1% em relação ao mesmo período de 2019 e de 46,4% no trimestre. A margem financeira com clientes recuou em função da menor receita com cheque especial, devido à mudança regulatória vigente desde o início do ano e à redução da taxa básica de juros. Diante disso, a rentabilidade (Retorno Recorrente sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado – ROE) caiu 10,8 pontos percentuais em doze meses, ficando em 12,8%. Se considerarmos apenas a operação no Brasil a rentabilidade ficou em 13%.
De acordo com o banco, o resultado reflete, dentre outros fatores, o impacto do custo de crédito no primeiro trimestre de 2020, que apresentou um aumento de 175,2% quando comparado ao mesmo trimestre do ano passado, e do produto bancário, que caiu 3,5%.
“O banco destaca a queda de 43% no lucro, mas nós, não podemos deixar de observar que em três meses o lucro líquido já alcançou quase R$ 4 bi. As instituições financeiras no Brasil ganham como em qualquer outro lugar do mundo e, com os pacotes do governo que liberaram R$ 1,2 bilhões para que elas emprestem, vão continuar ganhando muito. Se existe um setor no país que não pode reclamar este é o setor financeiro”, destacou o coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, Jair Alves.
“Além disso, precisamos analisar os dados do balanço com mais cuidado, mas, numa primeira análise, não conseguimos entender como pode ter havido um crescimento de quase 83% nas despesas com captação de recursos com uma Selic tão baixa”, disse o representante dos empregados.
Segundo análise do balanço do banco feita pelo Departamento de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), as despesas com captação de recursos saltou de R$ 13,3 bi no primeiro trimestre de 2019 para R$ 24,3 bi no mesmo período deste ano.
LUCRO DO BRADESCO
O Bradesco lucrou R$ 3,8 bilhões no 1º trimestre de 2020, com queda de 39,8%, em relação ao mesmo período de 2019 e de 43,5% comparado ao 4º trimestre de 2019. O retorno sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado (ROE) ficou em 11,7%, com redução de 8,8 p.p. em doze meses.
De acordo com o relatório do banco, a queda é motivada, principalmente, pelo aumento da despesas com PDD, que foram impactadas, neste trimestre, pelo reforço de provisão de R$ 2,7 bilhões, em consequência do cenário econômico adverso – de isolamento social em função da pandemia do COVID-19 –, que poderá resultar no aumento do nível de inadimplência, como reflexo da falência de empresas, bem como a degradação do valor das garantias. Esse efeito, porém, foi compensado pelo crescimento da margem financeira com clientes, redução das despesas operacionais no período e crescimento nas receitas de prestação de serviços.
“Mesmo com essa queda na comparação com os últimos resultados, não podemos deixar de observar que o Bradesco, assim como os demais bancos, é altamente lucrativo. Tanto em momentos de crise como quando que a economia vai bem, os bancos estão sempre ganhando muito dinheiro. Por isso, não podemos de deixar de cobrar deles a responsabilidade social, que neste momento é a garantia de emprego e os cuidados com a saúde dos funcionários e de toda a população”, afirmou a coordenadora da Comissão Organizadora dos Empregados (COE) do Bradesco.
Fonte: ContrafCUT