Para pagar o novo Bolsa Família, o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) aumentou as alíquotas do Imposto sobre Operação Financeira (IOF) em 36%. As novas alíquotas, que incidirão sobre operações de crédito, câmbio, seguro e valores mobiliários, passou a valer nesta segunda (20) e serão cobradas até 31 de dezembro deste ano.
A medida afeta todos os brasileiros que têm ou precisarem de empréstimos, que usam o limite do cheque especial ou o rotativo do cartão de crédito ou pagam prestações de imóveis não residenciais.
Com o aumento das alíquotas de IOF, o presidente pretende arrecadar até R$ 2,4 bilhões, segundo estimativas do próprio governo.
O cálculo que o governo não fez é que, com o dinheiro para crédito mais caro, as empresas vão repassar esse custo para os preços dos produtos, elevando o custo de vida da população, que já vem disparando nos últimos meses. Outras irão simplesmente desistir de novos investimentos, o que também prejudica os trabalhadores e o país porque deixam de gerar empregos em um momento de altas taxas de desemprego.
“Além do aumento do IOF, o governo deve aumentar a taxa de juros básica, a Selic, por causa da inflação. Esta combinação torna o dinheiro mais caro. Neste cenário, quem pensava em investir num negócio, abrindo novas vagas de trabalho, vai preferir não se endividar e fazer algum investimento”, acredita o economista da Unicamp, Marcio Pochmann.
CONFIRA O QUE MUDA COM O IOF
O aumento da alíquota do IOF vai incidir nas operações de operações de crédito (como empréstimo e financiamento); e em operações de financiamento para aquisição de imóveis não residenciais, em que o mutuário seja pessoa física.
ALÍQUOTA DIÁRIA ATUAL
Pessoa jurídica 0,0041%
Pessoa física 0,0082%
NOVA ALÍQUOTA DIÁRIA
Pessoa jurídica 0,00559%
Pessoa física 0,01118%
ALÍQUOTA ANUAL ATUAL
Pessoa jurídica 1,50%
Pessoa física 3,0%
NOVA ALÍQUOTA ANUAL
Pessoa jurídica 2,04%
Pessoa física 4,08%
EMPRÉSTIMOS MAIS CAROS
Numa simulação feita ao G1, o tributarista Lucas Ribeiro, CEO da ROIT, avaliou que num empréstimo pessoal de R$ 1.000,00, em 12 parcelas, os atuais R$ 33,73 pagos de IOF vão subir para R$ 44,61- um aumento de 32,25% do imposto.
Para a pessoa jurídica, o IOF num empréstimo de R$ 10 mil, também a ser pago em 12 meses, subirá de R$ 187 para R$ 242 – alta de 28,98%.
JUROS DE CHEQUE ESPECIAL E DE CARTÃO DE CRÉDITO MAIS CAROS
A nova tarifa vai ser aplicada no cheque especial e em atrasos da fatura do cartão e financiamentos.
Quem cair no rotativo do cartão de crédito será cobrado em 0,38% do valor mais uma taxa diária de 0,01118%. A mesma alíquota será aplicada no empréstimo consignado e no cheque especial.
Os novos valores serão cobrados apenas na alíquota diária dessas operações de crédito.
As pessoas jurídicas que aderiram ao Simples Nacional vão continuar pagando a mesma alíquota de IOF para operações diárias de crédito, de 0,00137% ao dia.
Fonte: CUT, com informações da Agência Brasil