A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e demais entidades de representação dos funcionários do Banco do Brasil se reuniram com o banco na tarde desta quarta-feira (25) para que, a pedido da Contraf-CUT, o banco esclarecesse sua posição com relação à solução para a situação da Cassi.
“O banco nos deu um sonoro e insensível ‘não’ à reivindicação dos associados de reabrir negociações para solucionar o déficit da Cassi”, informou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) e da mesa de negociações com o BB, João Fukunaga.
Em resposta formal à Contraf-CUT, o banco afirmou que “não é viável a reabertura da mesa de negociação” porque os “limites e as premissas permanecem inalterados” em relação à proposta de maio, aprovada pela maioria do associados, mas que não foi encaminhada devido à falta de quórum na votação.
O banco ainda disse que as premissas e seus limites são aqueles divulgados nas rodadas de negociação anteriores. Ou seja, o banco só aceita arcar com os valores negociados no início do ano se forem cumpridas estas premissas e limites definidos pelos órgãos externos.
“Isso quer dizer que o banco não aceitará novas propostas. Só aceita a possibilidade de avaliar a proposta anterior, que não atingiu o quórum de aprovação pelos associados em maio. Mas, se não houver consenso e ela for novamente recusada, disse que tem um ‘plano B’ para a falta da Cassi, que consiste na busca de uma solução no mercado para garantir a assistência à saúde dos funcionários”, explicou o coordenador da CEBB. “A Cassi passa por um processo de intervenção e corre sérios riscos”, completou.
No dia 22 de outubro, a intervenção na Cassi completa 90 dias. Até lá, a diretora fiscal nomeada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) vai exigir que a diretoria da Caixa de Assistência apresente uma solução para o equilíbrio financeiro da instituição.
Busca de solução
Desde maio, quando os associados não aprovaram a proposta negociada com o banco e colocada em votação, a Contraf-CUT e demais entidades de representação dos funcionários reivindicam a reabertura do processo de negociações para construir uma nova proposta que contemple as aspirações e interesses dos associados.
“Queremos que o BB volte a negociar porque isso é bom para os associados, para a Cassi, mas também para o banco. Por isso, defendemos a mesa de negociações”, disse Fukunaga. “Nós, associados, somos parte da Cassi. Se ela precisa apresentar uma proposta de equacionamento do déficit para a ANS, é nossa tarefa construí-la”. Ele lembrou ainda que, da outra vez que o banco não quis negociar e levou sua proposta para votação, no final do ano passado, ela “perdeu de lavada”.
O coordenador da CEBB disse também que todos sabem que a solução exigirá empenho dos associados, mas que eles querem que o banco também esteja disposto a se empenhar. “Mesmo o banco tendo dito que se recusa a voltar a negociar, é nosso papel, enquanto representantes dos associados, buscarmos a negociação como forma de salvar a Cassi”, ressaltou.
Debate sobre a Cassi encerra Encontro Nacional dos Funcionários do BB
A terceira e última mesa do Encontro Nacional de Saúde dos Funcionários do Banco do Brasil, realizado neste sábado (28), em São Paulo, trouxe o histórico a situação atual da Caixa de Assistência dos Funcionários do banco (Cassi) para pauta de debates.
O dirigente do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região e ex-coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), Wagner Nascimento, abriu a mesa com um histórico que culmina na atual situação da Cassi. “Desde 2014 vimos que havia um déficit na Cassi, que ficava oculto devido à contribuição do banco sobre o benefício temporário dos funcionários. Mas, desde lá sabíamos que seria preciso haver uma negociação com o banco sobre a Cassi”, disse.
Wagner explicou ainda que foi neste momento que a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), por meio da CEBB, convocou as demais entidades que representam os funcionários da ativa e aposentados para compor a mesa de negociações sobre a Cassi.
“Foi a partir desta mesa de negociações que surgiu o Memorando de Entendimentos, que deu fôlego de recursos à Cassi”, lembrou o ex-coordenador da CEBB. “Para nosso espanto, logo em seguida a Cassi nos apresentou um relatório de solvência”.
Primeira proposta do BB
O banco apresentou uma proposta e todas as entidades defenderam sua rejeição. Em votação, os associados rejeitaram a proposta e, imediatamente as entidades solicitaram que o banco retomasse a mesa de negociações.
“Chegamos à segunda proposta, que o banco considera ser a definitiva. Algumas entidades defenderam a rejeição e outras a aprovação. Esta proposta, em maio, apesar de obter a maioria dos votos, não obteve o quórum mínimo de associados exigido pelo estatuto da Cassi.
O debate prosseguiu com explanações de diretores e conselheiros eleitos pelos associados e intervenções do plenário.
Defesa da Cassi
“Este encontro foi deliberado pelo 30º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil. Debatemos políticas públicas de saúde, como SUS, e também a Cassi. Foi um dia rico de debate e aprendizados que fecha o mês de defesa da Cassi”, disse o coordenador da CEBB, João Fukunaga.
Fukunaga lembrou ainda que, durante todo o mês foram realizadas reuniões e plenárias nos locais de trabalho, sindicatos e federações para debater e esclarecer os funcionários e toda a categoria sobre a situação da Cassi. Também foram colhidas assinaturas em um abaixo assinado em defesa da Cassi que será entregue à Cassi.
Como se tratava de um encontro apenas organizativo, a CEBB orientou a realização de um dia nacional de luta em defesa da Cassi no dia 3 ou 4 de outubro. Durante a semana a Contraf-CUT enviará um comunicado às federações e sindicatos com as orientações sobre as atividades.
Fonte: Contraf-CUT