Cansados das cobranças e do assédio, os empregados da Caixa mostraram sua indignação em um tuitaço, na última sexta (19). A principal reclamação é contra as metas impostas pela diretoria do banco.
Depois de intensa cobrança da Comissão Executiva dos Empregados (CEE), a Caixa reduziu algumas metas. Houve reivindicação para redução da meta na mesa de negociação, mas a Caixa não atendeu aos empregados. A resposta veio apenas nesse mês, com a redução dos objetivos das curvas de metas do Conquiste de fevereiro e março, mas ainda não é o bastante.
“Essa redução que a direção da Caixa fez agora não é suficiente. As metas continuam desumanas, além do forte assédio aos empregados”, reforçou a coordenadora da Comissão, Fabiana Uehara Proscholdt, que também é secretária de Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
Para o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, a Caixa deveria ter mais sensibilidade para com os seus empregados.
“É inacreditável que num momento em que os empregados estão sendo exemplo de dedicação, a direção da Caixa imponha metas. A meta da direção Caixa deveria ser preservar vidas dos empregados e da população”, avaliou.
TUITAÇO
O tuitaço desta sexta mostrou que a indignação é geral. Uma empregada revelou em suas redes sociais que as metas chegam a ser inatingíveis. “Empregados são obrigados a bater metas desumanas e ameaçados de perderem suas funções em um momento de pandemia”, esse foi um desabafo de uma empregada Caixa.
“A impressão que temos é que sabem que não vamos conseguir bater a meta. Ninguém aguenta mais”, afirmou uma trabalhadora.
Os empregados têm denunciado ainda o assédio por parte do banco. Outra empregada contou do medo que passa. “Estamos com medo de postar qualquer coisa. Medo das sanções administrativas, de demissão por justa causa, e de não incorporar”.
Em outro tuite, um empregado comenta da falta de respeito também com a população, que está sofrendo com a pandemia e o desemprego.
“Com pandemia e crise econômica, além da morte de colegas, a Caixa obriga a vender cartões, créditos, previdência, produtos para uma população que está sofrendo com desemprego e crise econômica”, revelou.
A falta de trabalhadores nas unidades também foi um tema citado pelos empregados. O quadro de pessoal teve uma queda de 19 mil empregados, e apesar das quase 500 contratações previstas, está longe de repor o número.
“A Caixa precisa fazer mais contratações e não impor metas desumanas aos seus empregados. Vamos fortalecer os Sindicatos, lutar contra este governo entreguista e recuperar os 100 mil para o Brasil”, avaliou um manifestante.
Fonte: Contraf-CUT, com Fenae