Entidades representativas dos trabalhadores da Caixa receberam com indignação a declaração do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, de que as agências do banco continuarão abrindo às 8h e a partir desta terça-feira (5) funcionarão até que o último cliente seja atendido.
“Pedro Guimarães acha que acabou a legislação trabalhista: mandou os bancári@s das agências chegarem as 6h da manhã e diz que só vão sair após atender o último cliente, ou seja, à noite”, destacou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, Juvandia Moreira.
Segundo ela, a medida visa corrigir erros cometidos pela direção da Caixa e pelo governo, como concentrar o atendimento no banco, falhas no funcionamento do APP e na Central 111. “Desde o início que a gente fala que tem que descentralizar para prefeituras e outros bancos. Também tem que chamar os aprovados nos últimos concursos já que o Temer e o Bolsonaro diminuíram o quadro de funcionários nos PDVs (Planos de Demissões Voluntárias)”, ressaltou a presidente da Contraf/CUT.
Nos últimos cinco anos, 15 mil funcionários deixaram o banco. Apesar dessa redução significativa do quadro de pessoal, os empregados da Caixa estão se empenhando para fazer o seu trabalho e atender os mais de 50 milhões de brasileiros habilitados para receber o auxílio emergencial.
“Os empregados da Caixa estão fazendo trabalho heroico, se desdobrando para atender a população como merece, reforçando o papel principal do Banco, que é ser uma empresa pública. Já a direção da Caixa não tem adotado as medidas necessárias para evitar essas filas gigantescas e aglomerações, e o governo tem colaborado e muito para a agravar a situação” destaca o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto.
Para ele, se as nossas reivindicações de uma campanha intensa de esclarecimento fossem disponibilizadas com mais eficiência, os problemas que os empregados da Caixa enfrentam hoje seriam menores. “Ao invés de buscar soluções definitivas como descentralizar o atendimento, ampliar os investimentos em TI e contratar mais empregados, a direção do banco está sobrecarregando os trabalhadores e aumentando o risco de contágio do Covid-19, ” acrescentou Takemoto.