Trabalhadores do Banco do Brasil lançaram na sexta (12) a campanha ‘Articulação Nacional contra o Desmonte do BB’. Trata-se de um conjunto de forças que pretende alertar a população sobre os ataques sofridos pela bicentenária instituição. O lançamento foi marcado por uma live que contou com a participação de associações de trabalhadores, parlamentares e outras entidades da sociedade civil.
Desde 2016, com o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, o Banco do Brasil dispensou mais de 17 mil trabalhadores, fechou quase 1,1 mil agências bancárias e encerrou atividades em municípios e comunidades sem nenhum outro tipo de serviço bancário. Ainda que, no mesmo período, teve um acréscimo em sua carteira de 9,5 milhões de clientes.
Recentemente o banco anunciou seu plano de reestruturação, que prevê a demissão de mais 5 mil funcionários e o fechamento de agências em cidades pequenas do interior do país. Em alguns municípios, como no estado do Pará, será preciso que aposentados se desloquem por até 70 quilômetros para receber suas aposentadorias.
PAÍS ARRANCADO DE SI MESMO
Para a deputada federal Érica Kokay (PT/DF) “é como se o país estivesse sendo arrancado de si mesmo”, disse, durante a live. Ela lembrou que durante a crise financeira de 2008, foram os bancos públicos que impediram que os efeitos se alastrassem duramente sobre a vida das famílias brasileiras. “Possibilitaram que tivéssemos políticas anticíclicas para que a crise financeira não atingisse o bem estar das pessoas do país. Quando se mexe no BB, estão mexendo com a possibilidade do Brasil ser um país soberano. De abraçar seu povo.”
“Qualquer iniciativa que implique em desmonte do BB ignora que, em praticamente todos os rincões desse Brasil, de Norte ao Sul, o BB foi o pioneiro a se instalar como uma agência facilitadora e viabilizadora da atividade econômica”, explicou Loreni de Senger, presidente da Associação dos Aposentados e Funcionários do Banco do Brasil. “Pensar no papel do BB é mais do que pensar numa instituição financeira. Se confunde com a formação da nossa nação”.
Crédito rural
Juvândia Moreira, presidenta da Contraf-CUT, lembrou da importância dos bancos públicos, que são responsáveis por cerca de 80% do crédito disponível para regiões Nordeste, Centro Oeste e Sul. Percentual ainda mais importante quando se trata especificamente do crédito rural. “Tem um ditado muito interessante, na agricultura familiar: ‘Se o campo não planta, a cidade não janta’”. Ela destacou que a instituição é responsável por 93% do crédito rural disponível na região Norte, 79% na região Nordeste,78% no Centro Oeste.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Kleytton Morais, o momento é de dialogar com toda a sociedade. Conversar sobre os desmontes com parlamentares, lideranças políticas, empresários e, em especial, os trabalhadores. “O funcionalismo do BB o fermento da nossa mobilização e da nossa luta.”
A iniciativa da ‘Articulação Nacional contra o Desmonte do BB’ é da Contraf-CUT, Sindicato dos Bancários de Brasília, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), da Associação dos Aposentados e Funcionários do Banco do Brasil, da Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil e a Federação das Associações de Aposentados e Pensionistas do Banco do Brasil. São parceiros ainda na campanha a Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Bancos Públicos e a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional.
Fonte: Rede Brasil Atual