A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Mercantil do Brasil se reuniu, nesta terça (3), em Belo Horizonte, com a direção do anco para debater temas como o programa próprio de PLR 2020, o auxílio educacional para 2020, assédio moral no Call Center, as recentes demissões ocorridas no banco e também o calendário de reuniões para resolução de minuta de reivindicações dos funcionários.
Programa próprio de PLR
Em relação ao programa próprio de PLR 2020, os sindicatos iniciaram as discussões solicitando a redução da meta do lucro proposta pelo banco. A instituição financeira apresentou meta de lucro de 270 milhões para 2020, um absurdo aumento de 160% em relação a 2019, que era de R$ 130 milhões.
Para os representantes dos funcionários, o aumento poderá gerar cobranças abusivas e mais pressão para os bancários do Mercantil, assim como inviabilizar a concretização da meta. Por isso, os trabalhadores rechaçaram a proposta ainda em mesa.
Acuado, o Mercantil solicitou um intervalo na negociação, agendando a resposta para o dia seguinte.
Já nesta quarta (4), o banco cedeu à pressão do Sindicato e reduziu a meta para atingimento do lucro de R$ 270 milhões para R$ 240 milhões. Com o gatilho de cumprimento de 80% das metas, os bancários passam a receber a partir do atingimento de R$ 192 milhões de lucro em 2020.
Foi também conquistada a alteração no percentual de variação de despesas de 2019 para 2020. Agora, se não houver variação, ou seja, 0% de 2019 para 2020, o banco paga 100% da meta. Com variação de até de 5%, o Mercantil paga 80% da meta e, no caso de redução das despesas de -3,5%, paga se 120%, aumentando as chances de cumprimento das metas desse quesito.
Os representantes do Mercantil afirmaram que vislumbram viés positivo do banco para 2020, já que existe projeto de expansão no número de postos de atendimento e agências, além do aumento no número de clientes e negócios por conta do vencimento no último leilão do INSS. Com isso, cresce a possibilidade de obtenção de lucro sem, necessariamente, aumentar as despesas operacionais no próximo ano.
Segundo o banco, os investimentos para abertura de novas agências e postos de atendimento, de forma contábil, serão diluídos nos balanços patrimoniais ao longo dos próximos 10 anos.
Em mesa, também foi garantida a cláusula que assegura o recebimento, pelos bancários, dos maiores valores apurados, ou no acordo próprio de PLR ou pelo conquistado na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
Veja comunicado enviado pela secretaria geral da Contraf-CUT
Auxílio bolsa educacional
Em relação à reivindicação do Sindicato para majoração dos valores do auxílio bolsa educacional, os representantes do Mercantil anunciaram reajuste no valor do benefício, que passa de R$ 240,00 para R$ 260,00 para cada bancário contemplado pelo programa.
A Assembleia para discussão e deliberação sobre o tema será realizada na mesma data das avaliações do programa próprio de PLR.
Assédio moral no Call Center
O Sindicato de Belo Horizonte recebeu denúncias de vários bancários em relação a cobranças de metas abusivas e assédio moral no Call Center do Mercantil, localizado em Belo Horizonte.
A entidade solicitou a realização de uma visita ao local para apuração das denúncias e também uma nova reunião com o banco para tratar do assunto, assim como para discutir as demissões de bancários com problemas de saúde e estabilidade de emprego.
O Coordenador Nacional da COE Mercantil e diretor do Sindicato dos Bancários de BH e Região, Marco Aurélio Alves, destacou que houve grande avanço sobre o programa próprio de PLR e que, segundo a lei 10.101, a aprovação e assinatura do acordo deverá ocorrer no ano anterior a vigência. “Diante do exposto, os sindicatos de todo o Brasil, que possuem agências do Mercantil em suas bases, deverão realizar as assembleias para avaliação dos bancários sobre o tema. A orientação é pela aprovação da proposta”, afirmou.
Para Marlene Miranda, diretora da Fetraf-RJ/ES, os trabalhadores arrancaram uma grande redução nas metas de lucro e melhorias nas despesas. “Dessa forma, aproximamos os bancários à concretização das metas e o consequente aumento nos valores a serem recebidos a título de Participação nos Lucros e Resultados em 2020”, destacou.
Robson Marques, que é coordenador estadual da COE Mercantil e diretor da Fetrafi-MG/CUT, ressaltou que os sindicatos não admitem nenhum tipo de assédio no Mercantil do Brasil. “O banco apostou, recentemente, em uma onerosa e maciça propaganda com o slogan de que é uma das melhores empresas para se trabalhar em Minas Gerais. Sendo assim, é primordial que o banco cumpra esse papel e estirpe de vez a situação de assédio moral que vem ocorrendo no Call Center”, afirmou.
Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região