Os Sindicatos entraram em contato com a Caixa, na terça (3), reivindicando reunião para esclarecer e debater informações de uma possível reestruturação do banco.
“O compromisso acordado é de haver reuniões a cada dois meses e a última foi realizada em outubro. Além disso, consta em nosso acordo coletivo que, em caso de reorganização da rede, é preciso haver reunião com a representação dos empregados”, disse o Coordenador das Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Dionísio Reis.
“No entanto, sem nem ao menos informar os representantes dos empregados, houve uma reunião da Vidan (Vice-presidência de Distribuição, Atendimento e Negócios) para debater a restruturação da rede de varejo, com realocação das carteiras de clientes, a criação de um novo cargo de gerente e a extinção do de tesoureiro”, criticou, explicando que quem ocupa o cargo que será extinto terá que concorrer às vagas de gerente que forem criadas. Caso não consigam uma vaga, não terá mais o cargo e, assim, perderá a comissão.
Em contato por telefone, a direção do banco não confirmou as mudanças, alegando que se tratava apenas de um teste para ver a opinião dos empregados e que nenhuma alteração foi votada ainda. O banco também se negou a cumprir a agenda de reuniões bimestrais, pedindo que a reunião fosse marcada apenas para 15 de janeiro.
“A direção do banco optou em desmontar em junho de 2016 a carreira de caixa, criando o caixa minuto e na prática tem parado de efetivar tesoureiros. Isso além de prejudicar os empregados prejudicou a população que sofre com os efeitos decorrentes da sobrecarga de trabalho e da consequente perda de qualidade do atendimento. A população precisa, por vezes, ter que utilizar os serviços dos correspondentes bancários”, ressaltou Dionísio.
O coordenador da CEE lembra que a direção da Caixa, na sua ânsia de cortar custos à custa dos direitos dos empregados, anunciou inicialmente em comunicado que aplicaria a MP 905, que acaba com a jornada de 6 horas, autoriza trabalho aos sábados domingos e feriados e retira os sindicatos das negociações das regras da PLR.
“Com a publicação da MP 905, a direção da Caixa, na sua ânsia em cortar direitos dos empregados, imediatamente soltou comunicado anunciando a aplicação da medida. Porém, logo depois se deu conta que a MP era tema de negociação entre Comando Nacional dos Bancários e Fenaban e voltou atrás. Negociação essa que neutralizou os principais efeitos negativos da medida provisória para a categoria bancária. Esse episódio revela o enorme apetite da atual direção do banco em cortar direitos dos empregados”, enfatiza Dionísio.