O Santander extinguiu, de forma unilateral e sem ao menos comunicar seus funcionários, o prêmio por tempo de banco. Uma tradição no antigo Banco Real, a premiação no valor de dois salários para o trabalhador que completa 25 anos de instituição foi ampliada para bancários do Santander, diante de cobrança dos sindicatos, quando os dois bancos unificaram suas operações.
“A extensão a todos do Santander foi uma conquista da luta pela isonomia de direitos nas duas instituições. A regra para o prêmio, inclusive, já constou no Acordo Aditivo 2009/2011, com objetivo de garantir o pagamento aos empregados que, por determinado período, deixaram de recebê-lo. E depois disso o banco manteve o pagamento regular da premiação”, explica a diretora executiva do Sindicato de São Paulo e bancária do Santander Maria Rosani.
“Agora, sem qualquer aviso e em plena negociação do aditivo com o Sindicato, o Santander simplesmente acabou com o direito. Além de extinguir uma forma de valorizar seus funcionários mais fiéis, que dedicaram grande parte de suas vidas à instituição, o banco errou por não ser transparente com o movimento sindical e não comunicar aos trabalhadores. As pessoas conhecem o prêmio e esperam o momento de recebê-lo. Aí, na hora que fazem a solicitação, são informados que não existe mais. O Sindicato de São Paulo ficou sabendo exatamente por um bancário que passou por essa decepção”, critica Rosani.
Diante do corte arbitrário de um direito, na quarta-feira 20, os sindicatos protocolaram – em mesa de negociação para renovação do Acordo Aditivo – ofício em que cobra do banco “concessão da gratificação ao empregado que a solicitou, bem como o restabelecimento imediato sobre a política interna do prêmio de reconhecimento por tempo de casa”.
Na negociação do dia 20, novamente o banco não apresentou uma proposta concreta. Os representantes dos trabalhadores tinham a expectativa de que o Santander apresentasse avanços na pauta de reivindicações dos seus funcionários. “Nós acreditássemos que sairíamos hoje com uma proposta condizente com as expectativas dos trabalhadores, que seria apreciada em assembleias. Mas, o que vimos, mais uma vez, foi o banco apostando no impasse na mesa de negociação”, destacou Mario Raia, secretário de Relações Internacionais e representante da Contraf-CUT na Comissão de Organização dos empregados do Santander.