Em reportagem publicada na sexta (10) em seu site e na versão impressa, a revista IstoÉ denuncia o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, “vem intensificando o processo de aparelhamento político do banco público, com o objetivo de viabilizar a reeleição do presidente e dar sequência ao seu próprio projeto de disputar as eleições de 2022”.
Pedro Guimarães já foi cogitado para ocupar a vaga de vice na chapa encabeçada por Bolsonaro e, segundo a revista, mesmo que não seja vice, o atual mandatário da Presidência da República lhe dará apoio para disputar uma vaga no Senado ou até o governo do Rio.
A revista lembra ainda que, independentemente da disputa eleitoral, o presidente da Caixa tem se empenhado em mostrar subserviência ao presidente, lembrando que, na semana passada, Guimarães usou o banco para forçar a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) a não soltar uma nota oficial que seria prejudicial a Bolsonaro.
“Já vínhamos denunciando que o presidente da Caixa usa o banco para interesses políticos eleitorais próprios e de seu chefe no Planalto. A reportagem reforça esta nossa visão”, afirmou a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt. “E este tipo de gestão é prejudicial ao banco e suas atividades. Os empregados já perceberam vêm denunciando isso”, completou.
CAIXATUR
Segundo a reportagem, “para turbinar a reeleição, Guimarães criou uma nova estrutura na Caixa, com 19 funcionários destacados apenas em administrar eventos dos quais o banqueiro participa, e fortaleceu a gerência promocional do banco com a criação do canal ‘Fale com o Presidente’”.
A revista afirma que essa estrutura gerou gastos extraordinários de R$ 300 mil por mês aos cofres públicos, sem contar as despesas geradas pelo aumento das viagens de Pedro Guimarães pelo Brasil. Segundo a revista, desde o início do ano já foram mais de 100 viagens, que geraram custo de quase R$ 4 milhões ao banco.
A reportagem ainda fala sobre a cooptação de policiais militares com a criação de um programa especial para financiar moradias para a categoria, com a Caixa bancando 100% dos valores de imóveis para membros das forças de segurança estaduais.
“Os policiais militares precisam realmente de um programa de financiamento habitacional que lhes permita adquirir a casa própria, assim como todo trabalhador brasileiro. O que está errado é usar um programa público para interesses próprios. Este uso é vetado pelo Estatuto do Funcionalismo Público e deve ser punido de acordo com a Lei”, defende o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Sergio Takemoto. “É claro que, como a todo empregado, deve ser garantida a ampla defesa ao acusado”, completou.