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REFORMA TRABALHISTA QUATRO ANOS DEPOIS: “UM VERDADEIRO DESASTRE”

Na época em que a reforma trabalhista entrou em vigor, em 11 de novembro de 2017, o governo de Michel Temer chegou a alardear que o pacote de medidas criaria dois milhões de vagas em dois anos, e seis milhões em dez anos.

Quase quatro anos depois, dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que, ao contrário disso, o desemprego disparou. No trimestre terminado em julho de 2021, a taxa de desocupação ficou em 13,7%. Esse número é quase dois pontos percentuais a mais que os 11,8% registrados no último trimestre de 2017. No período, o total de desempregados subiu de 12,3 milhões para 14,1 milhões.

“Quero concordar com a sua afirmação […] de que os nossos ministros [da Fazenda, Henrique] Meirelles e [do Trabalho] Ronaldo Nogueira exageraram nas suas previsões”, disse Michel Temer no ano passado, em um evento no Paraná.

Outra das promessas de Temer que falhou com a reforma foi a propalada diminuição da informalidade. No trimestre encerrado em outubro de 2017, antes das novas regras, a taxa de informalidade era de 40,5%, de acordo com o IBGE. O instituto aponta que, entre maio e julho de 2021, a proporção de pessoas ocupadas trabalhando na informalidade ficou em 40,8%.

Um verdadeiro desastre

Para Ricardo Berzoini (PT), ex-ministro da Previdência e do Trabalho, “quatro anos depois, infelizmente, os fatos confirmaram todos os nossos avisos”. De acordo com ele, “a reforma, como ocorreu em outros países, não gerou empregos. Ao contrário, aumentou a precarização e a informalidade”.

Berzoini diz ainda que “a pandemia agravou esse quadro, mas antes mesmo de março de 2020, já identificamos os sinais de deterioração do mercado de trabalho. O trabalho intermitente, a ampliação das possibilidades de terceirização e o enfraquecimento dos sindicatos provocaram a perda de renda e a ampliação do percentual de trabalhadores sem proteção previdenciária”. Para ele, a reforma trabalhista foi “um verdadeiro desastre que nós anunciamos e que foi agravado com a reforma da previdência”.

Outro ex-ministro do Trabalho que comentou a efeméride foi Luiz Marinho (PT). Para ele, como já era previsto, “essa reforma trabalhista tinha um único objetivo: retirar direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, sem gerar uma única vaga de emprego”. Marinho disse ainda que “o que vemos hoje é desemprego nas alturas, precarização total dos direitos e nosso povo desesperado, sem empregos, sem direitos, na miséria, com fome, na fila por um pedaço de osso e pé de galinha e escravizado”, lamentou.

“São quatro anos de precarização e retiradas de direito, resultado disso é desemprego recorde, achatamento salarial e, consequentemente, perda de poder aquisitivo da massa assalariada, recessão e inflação”, pontuou Carlos Lupi, também ex-ministro do trabalho e atual presidente nacional do PDT.

Fonte: Revista Fórum

TAGS: #Direitos

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