A direção do Banco do Brasil pregou uma triste surpresa para seus funcionários, entidades sindicais e várias comunidades e cidades do país nesta segunda (11). O banco anunciou um plano de restruturação que prevê o fechamento de agências e outras unidades, além de um Plano de Demissões Voluntários (PDV) que tem por meta dispensar 5 mil trabalhadores do banco, entre outras medidas consideradas muito ruins.
A reestruturação pode atingir de cheio a cidade de Uberaba. Com o corte da dotação de pessoal, a mudança poderá levar ao fechamento em 30 dias as agências do Banco do Brasil da Abadia e Boa Vista. A unidade da cidade de Campo Florido também está na lista de encerramento das atividades. O plano prevê mudanças em 870 pontos de atendimento por meio do fechamento de agências, postos de atendimento e escritórios e a conversão de 243 agências em postos.
Já o Programa de Demissões prevê duas modalidades de desligamento: o Programa de Adequação de Quadros (PAQ), para o que a direção do banco considera excessos nas unidades; e o Programa de Desligamento Extraordinário (PDE), para todos os funcionários do BB que atenderem aos pré-requisitos.
O banco também quer fazer mudanças no atual modelo e remuneração dos caixas executivos, que deixariam de ter a gratificação permanente a passariam a ter uma gratificação proporcional apenas aos dias de atuação, se houver.
“Estamos avaliando como uma verdadeira tragédia. A perda é muita grande para a população de Uberaba e Campo Florido – que tanto lutaram para ter acesso a uma agência próxima das casas, comércio e serviços -. A população também terá menos opções de atendimento e aumento nas filas das outras unidades da cidade. Perde também todos os funcionários, mesmo os que não tiverem redução salarial, já que a mudança irá concentrar os clientes e usuários nas outras agências, aumentando o volume de trabalho”, aponta o presidente do Sindicato dos Bancários Diego Bunazar.
PUNIÇÃO MAIS DO QUE INJUSTA
Os caixas do banco estão vendo a mudança como uma verdadeira punição, uma vez que estão tendo a retirada unilateral da gratificação de função. Mesmo batendo as altas metas do banco, estão recebendo a notícia de redução salarial. “O pessoal que se desdobrou nas agências para manter o atendimento durante a pandemia ou tiveram que fazer uma adaptação ao novo regime de trabalho em ‘home office’, não está tendo o reconhecimento merecido do banco. Pelo contrário estão sendo punidos e desrespeitados por esse processo que mais parece uma desestruturação do banco”, avalia o presidente do Sindicato.
As medidas foram anunciadas pelo banco sem qualquer consulta ou diálogo com os funcionários e suas entidades representativas. “Somos totalmente contrários a esse plano, que retira do Banco do Brasil o papel de banco público, aquele que atende as diversas comunidades do país. E também porque prejudica de forma muito forte os funcionários do banco”, ressalta
Diego Bunazar.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) orientou aos sindicatos a fazerem reuniões para saber o impacto do plano nas suas bases e repasses essas informações para as federações. Na noite desta segunda (11), o sindicato já tem uma primeira reunião agendada com os funcionários do banco. Na próxima quarta-feira (13) haverá um encontro nacional “on line” para discutir um calendário de lutas e de mobilização dos funcionários.