Nos nove primeiros meses de 2021, o Bradesco obteve R$ 19,602 bilhões de lucro líquido recorrente, que exclui efeitos extraordinários. O resultado representa alta de 54,9% em relação ao mesmo período de 2020. No terceiro trimestre, o lucro foi de R$ 6,767 bilhões, aumento de 7,1% em relação ao trimestre imediatamente anterior.
Apesar do resultado expressivo, o Bradesco fechou 8.198 postos de trabalho em doze meses encerrados em setembro, quando a holding contava com 87.736 empregados. No trimestre foram abertas apenas 374 vagas.
Dentre os maiores bancos privados, o Bradesco foi o único que apresentou fechamento de postos de trabalho nos 12 meses encerrados em setembro. O Santander abriu 4.139 vagas e o Itaú ampliou em 1.923 postos, no período.
O fechamento de postos de trabalho nos 12 meses encerrados em setembro é a consolidação de um movimento verificado nos últimos anos no Bradesco. No terceiro trimestre de 2016, o banco com sede em Osasco tinha 92,9 milhões de clientes, número que aumentou para 100,2 milhões no terceiro trimestre de 2021. Um crescimento de 7,9%.
A quantidade de trabalhadores, por sua vez, foi reduzida em 20,2% no mesmo período, passando de 109,9 mil para 87 mil. Os dados são do Banco Central e das Demonstrações Financeiras do Bradesco.
“Os números evidenciam aquilo que o Sindicato vem denunciando há anos: a realidade no ambiente de trabalho dentro dos bancos, caracterizada pela sobrecarga de trabalho, pelo acúmulo de funções e pelo aumento das metas, cenário que resulta em uma multidão de trabalhadores adoecidos por causa desta rotina massacrante”, ressalta Neiva Ribeiro, secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
Os bancos respondem por apenas 1% dos empregos no Brasil, mas foram os responsáveis por 5% do total de afastamentos por doença no país, entre 2012 e 2017. Os dados são do Ministério Público do Trabalho.
FECHAMENTO DE AGÊNCIAS
Em doze meses, foram fechadas 765 agências e 120 postos de atendimento (PA) e abertas 393 unidades de negócios, totalizando 3.030 agências, 3.838 PA e 967 unidades de negócio.
O fechamento de agências nos últimos 12 meses também é a continuidade de um movimento constatado nos últimos anos. No terceiro trimestre de 2016, o Bradesco tinha 5.337 unidades físicas, número que caiu 43,2% cinco anos depois, para 3.030.
“Fechamento de agências significa exclusão bancária de uma enorme parcela da sociedade brasileira, que vive longe de grandes centros urbanos, de bairros centrais e regiões mais abastadas, ou que não tem acesso à internet, seja por falta de conhecimento ou porque vive em locais onde a rede não é disponibilizada. Mais uma prova de que o Bradesco se afasta da contrapartida social que deveria oferecer à sociedade por ser uma concessão pública”, critica Neiva Ribeiro.
A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceu 5,3% em doze meses, totalizando R$ 20,4 bilhões. As despesas de pessoal considerando a PLR teve crescimento de 3,1%, somando R$ 14,8 bilhões. Com isso, a cobertura destas despesas pelas receitas de prestação de serviços do banco foi de 138,3%.
“Um dado que comprova que o Bradesco tem totais condições de oferecer um atendimento melhor à população, que paga tanto por serviços bancários na forma de juros e tarifas”, afirma Neiva.
MAIS NÚMEROS DO LUCRO DO BRADESCO
O retorno sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado do banco (ROE) foi de 18,3%, com alta de 5,4 pontos percentuais em doze meses.
A Carteira de Crédito Expandida do banco cresceu 16,4% em doze meses, atingindo R$ 773,3 bilhões. As operações com pessoas físicas (PF) cresceram 24,7% no período, totalizando R$ 303,5 bilhões, com destaque para o financiamento imobiliário (+41,3%), cartão de crédito (+26,0%) e o crédito consignado (+24,2%).
As operações com pessoas jurídicas somaram R$ 469,8 bilhões no país, com alta de 11,6% em doze meses. Nesse segmento destacaram-se o crédito rural (+41,0%), o CDC/ Leasing (+31,7%) e o financiamento imobiliário (+18,4%).
O Índice de Inadimplência para atrasos superiores a 90 dias subiu 0,3 pontos percentuais, ficando em 2,6% no 3º trimestre. As despesas com provisão para devedores duvidosos (PDD) foram reduzidas em 47,0% em relação ao mesmo período de 2020, totalizando R$ 11,1 bilhões em setembro de 2021.
Fonte: Bancários SP