Bancários e suas entidades de representação sindical de todo o Brasil e da Colômbia realizaram nesta quarta (15) um Dia de Luta para protestar contra processo de reestruturação no banco Itaú, que gera demissões e terceirizações de trabalhadores. O fechamento de agências e o assédio moral também motivaram as manifestações realizadas nas agências e unidades administrativas do banco.
“Não há justificativa para que um banco que lucrou quase R$ 20 bilhões nos nove primeiros meses de 2021, com crescimento de 50% em relação ao ano anterior, fechar agências e demitir funcionários. Ainda mais neste momento de crise sanitária e econômica que o país atravessa”, criticou o coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, Jair Alves.
Em Minas, o protesto principal na porta das agências foi a falta de contratações de funcionários, após o banco absorver as contas dos servidores do Estado de Minas Gerais. Em Uberaba, houve a paralisação das atividades em duas agências bancárias.
“A situação tem levado ao aumento nas filas, sobrecarga dos trabalhadores, excesso de horas extras, falta de horário de horário de almoço para as equipes”, ressaltou o presidente do Sindicato dos Bancários de Uberaba, Diego Bunazar.
TERCEIRIZAÇÃO
O banco também iniciou um processo de terceirizações de serviços nas capitais, retirando postos bancários e realocando os trabalhadores em outras categorias que têm menos direitos e pisos salariais menores do que os da categoria bancária. O mesmo processo vem ocorrendo no banco Santander, que também já foi alvo de protestos.
“Com isso, o banco, que já ganha muito, mostra toda sua ganância e o total desprezo que tem pelos funcionários, que contribuem para seus lucros e o constante crescimento de sua rentabilidade”, disse o coordenador da COE/Itaú.
As atividades ocorreram em todo o Brasil, como a realizada na Central de Atendimento do Itaú, em São Paulo, onde trabalham os cerca de 600 funcionários que serão atingidos pela terceirização do “30 horas” anunciada pelo banco, e também na Colômbia, onde os sindicatos ligados à Unión Nacional de Empleados Bancarios (Uneb), à Asociación Colombiana de Empleados Bancarios (Aceb) e à Asociación Democrática de Empleados Del Sector Bancario (Adeban) realizaram um Dia Nacional de Protesto contra a demissão em massa de trabalhadores disfarçada de “aposentadoria voluntária”.
NAS REDES
Os protestos também atingiram as redes sociais, com um tuitaço com a hashtag #QueVergonhaItaú, que foi utilizado para ampliar a audiência das denúncias contra o banco.
Fonte: Contraf-CUT