A Petrobras anunciou o lucro líquido recorde de R$ 188,3 bilhões em 2022, alta de 76,6% ante os 106,6 bilhões registrados no ano anterior. Apenas no quarto trimestre, o lucro chegou a R$ 43,3 bilhões – 37,6% a mais do que em igual período de 2021.
Além do lucro recorde, o Conselho de Administração da estatal aprovou, também nesta quarta (1), proposta de pagamento de um total de R$ 35,8 bilhões em dividendos a acionistas pelos resultados da empresa no quarto trimestre. No entanto, porque o montante proposto ultrapassa a aplicação da fórmula prevista na Política de Remuneração em R$ 6,5 bilhões, o Conselho sugeriu que os acionistas avaliem a criação de uma Reserva Estatutária para reter o valor excedente.
Se a distribuição de lucros for aprovada pela assembleia geral de acionistas, prevista para 27 de abril, a Petrobras encerrará o exercício de 2022 tendo pago cerca de R$ 215,8 bilhões em dividendos. A cifra representa mais que o dobro do distribuído em 2021 (R$ 101,4 bilhões).
“INDECENTE”
A divulgação de resultados recordes da companhia ocorre em momento em que parte da sociedade sobe o tom dos questionamentos aos grandes volumes pagos aos acionistas, que por sua vez resultam da política de preços dos combustíveis atrelada às cotações internacionais, a chamada PPI.
Até o novo presidente da estatal, Jean Paul Prates, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já questionou os grandes volumes distribuídos de dividendos. Além de limitar investimentos da companhia, a fórmula aplicada para a remuneração dos acionistas – muitos deles residentes ou baseados fora do país –, também pressiona os preços dos combustíveis nos postos, onerando o consumidor e causando inflação.
Fonte: Rede Brasil Atual