Foi lançado nesta segunda, 10 de Abril, em evento realizado em São Paulo, o Programa Nacional de Iniciativas de Prevenção à Violência contra as Mulheres.
A solenidade teve a presença de Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT E também coordenadora do Comando Nacional dos Bancários; Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo; Cida Gonçalves, ministra das Mulheres; além de outras representantes do movimento sindical bancário, do governo, da Fenaban, e dos bancos.
O Programa Nacional de Iniciativas de Prevenção à Violência contra as Mulheres é fruto uma longa jornada de luta das bancárias e bancários pela igualdade de oportunidades e no combate à violência contra a mulher, que culminou na conquista da cláusula 86 da Convenção Coletiva de Trabalho da categoria, que estabeleceu a implementação do programa agora lançado.
Participaram do evento também representantes das três ONGs parceiras na construção do Programa Nacional de Iniciativas de Prevenção à Violência contra as Mulheres: Ana Adobati, do Instituto Maria da Penha e fundadora e diretora da Livre de Assédio; Marina Ganzarolli, presidenta do MeToo Brasil; e Marina Moreira, coordenadora de operações, treinamento e pesquisa do Instituto PHD. Em painel mediado pela secretária-geral do Sindicato, Neiva Ribeiro, elas contaram um pouco da atuação de cada uma das organizações por elas representadas e a forma de contribuição das mesmas para o Programa Nacional de Iniciativas de Prevenção à Violência contra as Mulheres.
“Esse evento para a gente é bastante importante. Em 2000, conquistamos a cláusula de igualdade de oportunidades. Então, é uma jornada de muitos anos na luta pela igualdade de oportunidades, pela equidade. E, nessa jornada, descobrimos que tínhamos que tratar da vida pública, das mulheres no mercado de trabalho, das diferenças salariais, de todos os números que conhecemos bastante, inclusive no nosso setor, mas que precisávamos também discutir a vida privada. Ela influencia a vida pública, e vice versa (…)”, destacou Juvandia Moreira, presidente da Contraf-CUT.
Para ela foi importante começar “a discutir as relações compartilhadas, o combate à violência contra a mulher, o assédio sexual, o assédio moral, a diferença salarial. E essa pauta está colocada na nossa minuta de reivindicação, mas não se trata só de números, de firmar uma cláusula, mas também de mudar comportamentos. De desconstruir conceitos e construir novos conceitos”.
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, parabenizou a iniciativa do movimento sindical bancário e dos bancos com o lançamento do Programa Nacional de Iniciativas de Prevenção à Violência contra as Mulheres, e recordou diversas iniciativas do governo Lula em prol das mulheres, além de convidar a todos para a construção e participação em uma grande Marcha Contra a Misoginia no Brasil.
OS PRINCIPAIS AVANÇOS DA CATEGORIA, RELATIVAS À DIVERSIDADE AO LONGO DAS DÉCADAS, SÃO:
- Inclusão do tema Igualdade de Oportunidades / Diversidade na CCT, em 2000
- Comissão Bipartite de Igualdade de Oportunidades / Diversidade, constituída em 2001
- Construção coletiva sobre o Programa de Valorização da Diversidade, em 2006
- Programa de Valorização da Diversidade, instituído em 2007
- Censo da Diversidade 2008
- Censo da Diversidade 2014
- Censo da Diversidade 2019
DESTAQUES:
11.03.2020 – Assinatura de CCT Aditiva, dispondo sobre a Prevenção à Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, para as bancárias, prevendo:
- Comunicado interno sobre os tipos de violência
- Disponibilização de canal apoio para acolhimento da bancária vítima de violência doméstica e familiar
- Possibilidade, a critério do banco, de realocação para outra dependência, oferta de linha de crédito/financiamento especial e alternância de horários de entrada e saída
04.09.2020 – Inclusão, na CCT Data-Base, das cláusulas de Prevenção à Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher
01.09.2022 – Negociação coletiva sobre iniciativas voltadas à sociedade para conscientização da Prevenção à Violência Contra a Mulher:
Reforço às iniciativas dirigidas às bancárias e aos bancários:
- Entidades Sindicais – Treinamento para representantes indicados pelas entidades sindicais signatárias da CCT; e
- Grupos Técnicos de Diversidade – Consultoria e aconselhamento sobre o tema, aos integrantes dos grupos de diversidade da FENABAN/FEBRABAN e do MOVIMENTO SINDICAL BANCÁRIO.
As ações de conscientização da sociedade, em todas as regiões do país, contarão com a atuação das ONGs, das 453 mil bancárias e bancários, das 237 entidades sindicais que agrupam 5 mil dirigentes sindicais, e dos 172 bancos.
- Sociedade civil – Ações de conscientização voltadas às comunidades que apresentes elevados indicadores de ocorrências de violência de gênero.
Fonte: Contraf-CUT.