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NEGOCIAÇÃO: BANCÁRIOS DEBATEM SAÚDE E CONDIÇÕES DE TRABALHO COM A FENABAN

O modelo de gestão dos bancos que têm determinado condições de trabalho adoecedoras para os bancários será o tema principal da quarta rodada de negociações da Campanha Nacional 2024, nesta quinta (25) entre o Comando Nacional dos Bancários e a Comissão de Negociações da Federação Nacional dos Bancos (CN Fenaban). A pauta oficial da mesa de negociação é saúde e condições de trabalho, com foco na política de metas praticadas pelas empresas.

Antes da negociação, a categoria estará mobilizada nas redes sociais das 9h30 às 11h30, para o tuitaço com a hashtag #MenosMetasMaisSaúde. Nesta quarta (24), houve um dia de manifestações nas redes sociais e nas ruas pedindo Menos metas e Mais saúde.

“Temos dados alarmantes e que mostram que as doenças mentais e comportamentais lideram os motivos por afastamentos previdenciários na categoria”, destaca o secretário de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Mauro Salles. A categoria bancária foi responsável por 25% de todos afastamentos acidentários e por 4,3% de todos afastamentos previdenciários relacionados à saúde mental e comportamental, entre trabalhadoras e trabalhadores, em 2022.

Considerando apenas a categoria bancária, em 2022, as doenças mentais e comportamentais foram responsáveis por 40% dos afastamentos previdenciários e por 57,1% dos afastamentos acidentários.

Com isso, a taxa de afastamento acidentário na categoria ficou em 9,1 para cada mil vínculos empregatícios, em 2022, enquanto a média geral, considerando todas as categorias, foi de 2,0 para cada mil vínculos. Já a taxa de afastamento por auxílio previdenciário ficou em 31,1 para cada mil vínculos, contra 17,6 para cada mil vínculos, considerando todas as categorias do país.

“Nós temos dois trabalhos que apontam que as razões para esse quadro são a cobrança excessiva pelo cumprimento de metas e o modelo de gestão praticado pelos bancos, em nome do lucro e da produtividade”, completa Salles.

O primeiro trabalho a que se refere é a “Pesquisa Nacional da Contraf-CUT: modelos de gestão e patologias do trabalho bancário”, feita em parceria com o Instituto de Pesquisa e Estudos sobre Trabalho, da Universidade de Brasília (UnB), e divulgada em maio deste ano. Entre os resultados do levantamento feito com mais de 5.800 bancários estão:

– 76,5% relataram terem tido pelo menos um problema de saúde relacionado ao trabalho, no último ano.

– 40,2% dos respondentes estavam em acompanhamento psiquiátrico no momento da pesquisa.

– 54,5% indicaram o trabalho como principal motivo para buscar tratamento médico.

 

GESTÃO QUE ADOECE

O segundo trabalho que Salles destaca é a Consulta Nacional dos Bancários, feita neste ano com quase 47 mil trabalhadoras e trabalhadores da categoria, em todo o país.

Quando perguntados sobre os impactos das cobranças excessivas pelo cumprimento de metas, podendo escolher mais de uma opção, as principais respostas foram:

– 67% preocupação constante com o trabalho.

– 60% cansaço e fadiga constante.

– 53% desmotivação e sem vontade para ir trabalhar.

– 47% crises de ansiedade e pânico.

– 39% dificuldade de dormir, mesmo nos finais de semana.

A coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira, ressalta que é obrigação dos bancos o estabelecimento de um ambiente de trabalho saudável e sustentável. “A saúde mental é uma prioridade e não pode continuar sendo sacrificada em nome de lucros.

Só em 2023, os cinco maiores bancos do país lucraram R$ 108,6 bilhões. Mas, apesar do montante, nesse mesmo ano fecharam mais de 600 agências e demitiram mais de 2 mil funcionários. É uma lógica predatória, que visa o máximo de lucro, reduzindo o quadro de trabalhadores e sobrecarregando os que seguem contratados e que se submetem à gestão adoecedora, com medo de perderem seus empregos”, pontua.

Fonte: Contraf-CUT

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