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MULHERES NA LUTA CONTRA O FIM DA APOSENTADORIA

Mulheres ganham 30% menos que homens, trabalham até cinco horas a mais na semana, são maioria dos desempregados e sustentam 39% das famílias. Isso explica a razão de terem alcançado, com muita luta, o direito de se aposentar cinco anos antes, conquista que o governo Temer quer extinguir com a reforma da Previdência (PEC 287).

No 8 de março, Dia Internacional da Mulher, mulheres de todo o mundo se levantam por direitos, igualdade e o fim da violência contra a mulher. No Brasil a data também será marcada por atos contra a PEC 287.

Uberaba – Em Uberaba, o ato começa às 15h30, na Pça. Rui Barbosa. Além de protestar contra a violência contra as mulheres, o ato denunciará a crueldade que se pretende contra as mulheres na reforma da previdência.

“Uma das maiores crueldades da reforma é ignorar a dupla ou tripla jornada. Vamos para as ruas resistir a esta violência, não só contra a mulher, mas contra toda a classe trabalhadora”, lembra a secretária- geral do Sindicato de São Paulo, Ivone Silva.

Maiores prejudicadas – Se aprovada a PEC 287, mulheres terão idade mínima para aposentadoria elevada de 55 para 65 anos. Além disso, como os homens, terão de contribuir por 49 anos com o INSS para ter benefício integral. “Ficamos mais tempo fora do mercado cuidando dos filhos, idosos e doentes, o que nos impede de contribuir por 49 anos. Somos as maiores prejudicadas”, avalia Ivone.

Hoje, uma mulher que contribuir desde os 18 anos pode se aposentar com 100% dos benefícios aos 52, se não interrompeu contribuições. Com a PEC 287, terá de trabalhar até 67 anos.

Salário maternidade – Se a mulher perdeu a qualidade de segurada do INSS, por interromper contribuições, com a reforma terá de contar novamente o período de contribuição total de carência (10 meses), sem computar contribuições passadas para voltar a ter direito ao salário-maternidade.

Valor menor – Hoje, o cálculo da aposentadoria é feito com base nos 80% maiores salários/contribuições. Com a PEC 287, será sobre todos os salários/contribuições, inclusive os menores, do início da carreira. Todos terão de trabalhar mais para receber menos.

Audiência pública realizada na OAB Uberaba confirmou que a reforma está baseada em uma mentira. Não existe déficit nas contas da previdência. Se contabilizada a parte do governo na conta da Previdência, conforme a Constituição, sobra dinheiro.

TAGS: #Direitos

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