O Itaú obteve um Lucro Líquido Recorrente Gerencial, que exclui efeitos extraordinários no lucro, de R$ 6,4 bilhões, no 1º trimestre de 2021. O resultado representa alta de 63,5% em relação ao mesmo período de 2020 e de 18,7% no trimestre. Esses números dão ao banco uma rentabilidade (retorno recorrente consolidado sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado do banco – ROE) de 18,7%, alta de 4,7 pontos percentuais em doze meses.
“É impressionante como mesmo numa das maiores crises que o Brasil atravessa, os bancos continuam lucrando tanto. Mostra a falta de compromisso do sistema financeiro com o país. Mais do que isso, mostra que precisamos urgentemente de leis para por um freio na ganância dos bancos”, afirmou Jair Alves, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, ao apontar que foram fechadas 115 agências do Itaú no Brasil, em doze meses.
EXPLORAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS E DO PAÍS
Neste mesmo período, a receita do banco com prestação de serviços e tarifas bancárias chegou a R$ 10 bilhões, valor 59,8% maior do que as despesas que o banco teve nos 12 meses com seus funcionários (R$ 6,2 bilhões), que trabalharam para que o banco obtivesse a receita de R$ 10 bi.
Ao final de março de 2021, a holding contava com 84.415 empregados no país, com abertura de 2.308 postos de trabalho em doze meses e 496, no trimestre. Esse saldo se deve a contratações para a área de TI e à incorporação, a partir do segundo trimestre de 2020, dos empregados da ZUP (empresa de tecnologia adquirida em outubro de 2019).
“Quem olha apenas os números pensa que o Itaú está contratando funcionários. Mas, a verdade é outra. O saldo positivo no quadro de funcionários se deu por causa da incorporação dos funcionários da ZUP. Inclusive, há menos de um mês nos reunimos com o banco para solicitar a suspensão das demissões”, afirmou o coordenador da COE do Itaú, ao se referir a reunião do dia 16 de abril.