Agências do Itaú de todo o país receberam manifestações nesta quinta (7), em protesto contra as políticas de gestão e de negócios do banco. Demissões, fechamento de agências e assédio moral no Banco Itaú foram as pautas hoje durante a manifestação em duas agências bancárias em Uberaba.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Uberaba e Região, Diego Bunazar, teme que haja mais fechamento de agências na cidade, já que as demissões já estão acontecendo.
“As agências estão tendo filas, demora de atendimento, sobrecarga de trabalho, e é preciso ficar atento”, pondera o líder sindical.
“Todo final de ano o banco realiza uma campanha de publicidade para exaltar sua marca ou para trazer esperança e otimismo. Ontem, foi lançada uma propaganda sobre a mudança da marca, que tenta mostrar modernidade e a constante inovação. Mas, para os funcionários, a realidade é de medo, assédio e da velha exploração dos trabalhadores”, criticou o dirigente sindical.
DEMISSÕES
Dados do último balanço do Itaú, divulgado no início de novembro, mostram que entre setembro de 2022 e setembro de 2023, o banco fechou 1.082 postos de trabalho e 180 agências físicas, reduzindo sua rede de atendimento.
“Isso causa sobrecarga de trabalho e tensão entre os funcionários, mas também prejudica o atendimento aos clientes”, explicou o coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, Jair Alves.
“Além disso, o banco está terceirizando serviços, numa tentativa de reduzir direitos da categoria bancária e ampliar ainda mais os seus já astronômicos lucros, causando mais tensão aos funcionários e prejuízo no atendimento aos clientes”, ressaltou.
DADOS DO DESESPERO
Dados da última Consulta Nacional à categoria bancária, realizada pelo Comando Nacional dos Bancários em julho de 2023, apontam que a cobrança excessiva de metas causa diversos malefícios à saúde dos trabalhadores. A preocupação constante com o trabalho é um sintoma que afeta 68% dos bancários; 61% sofrem com cansaço e fadiga constantes; 52% sentem-se desmotivados e não têm vontade de trabalhar; 46% têm crises de ansiedade/pânico.
“O Itaú, infelizmente, contribui para essa estatística. Além das demissões, cobranças abusivas de metas e terceirizações, ao retirar vigilantes dos ‘Espaços Itaú de Negócios’, expõe funcionários e clientes a assaltos e golpes, aumentando a sensação de insegurança e o medo, que aumentam ainda mais os transtornos e o adoecimento”, disse Jair.
Com informações da Contraf-CUT