A reunião do Grupo de Trabalho Saúde Caixa da última quinta (25) continuou a análise de dados sobre o plano de saúde. Após assinatura do termo de confidencialidade, os representantes da Caixa começaram a apresentar os dados demográficos e as informações financeiras, que são fundamentais para basear a projeção de receitas e despesas do plano de assistência à saúde dos empregados.
Essas informações vão subsidiar o debate para a construção do modelo de custeio e gestão que será implementado em janeiro de 2022.
“Nosso objetivo é manter um modelo de custeio economicamente viável e financeiramente sustentável para todos – empregados da ativa, aposentados e pensionistas, independentemente do estágio de vida do empregado na Caixa”, reforçou Leonardo Quadros, integrante do GT e presidente da Apcef/SP.
Na análise do material apresentado, os representantes dos empregados avaliaram a necessidade de dados complementares que devem impactar a avaliação atuarial, como custo médio por sinistro e informações ligadas à gestão do plano.
Para Fabiana Uehara Proscholdt, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CCE/Caixa), essas informações são importantes para responder a algumas perguntas do grupo.
“Entre 2009 e 2015, com a inflação médica elevada, o Saúde Caixa se manteve sustentável e superavitário mesmo sem a aplicação de reajustes. Por que a partir de 2016, quando a variação de custo médico-hospitalar estava apresentando queda, o plano passou a ser deficitário? Quais fatores justificam esta mudança de cenário?”, questionou.
As demandas dos representantes dos empregados serão enviadas até a próxima segunda-feira (29). A Caixa se comprometeu a fazer um esforço para apresentar as informações solicitadas na próxima reunião, dia 4 de março.
PLANOS DE AUTOGESTÃO POR RH
Albucacis de Castro Pereira, médico consultor da CEE/ Caixa e da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), explica que os planos de autogestão por RH, como é o Saúde Caixa, têm a possibilidade de controlar melhor os custos assistenciais, pois torna o plano muito mais próximo da realidade e da necessidade dos seus empregados.
“O formato de plano como autogestão em RH traz, como pontos extremamente positivos, o fato de que a “operadora” tem um alto conhecimento dos usuários, pode realizar estudos epidemiológicos dos beneficiários, controlar fatores ambientais de risco nos locais de trabalho e desenvolver políticas de prevenção e promoção à saúde mais aderentes”, explicou. “Tudo isso ajuda a sensibilizar e conscientizar os beneficiários para uma redução nos custos, dando mais eficiência à gestão”.
SOBRE O GRUPO DE TRABALHO
De acordo com o Acordo Coletivo 2020/2022, o GT deve apresentar um formato de custeio e gestão do Saúde Caixa até o dia 31 de julho de 2021 e, posteriormente, encaminhar o debate das propostas para a mesa permanente. A mesa deverá eleger a (as) melhor (es) alternativa (s) de custeio para o plano.
Depois a proposta será encaminhada aos empregados para votação até 31 de agosto de 2021. A mais votada será implementada até 2 de janeiro de 2022. O GT vai se reunir ordinariamente todas as quintas-feiras, das 14h às 16h. A primeira reunião do grupo aconteceu no dia 14 de janeiro.
O desafio dos representantes dos empregados é tentar barrar as diretrizes impostas pelo governo e pela direção do banco. Na reunião do dia 11 de fevereiro, a Caixa informou que pretende cumprir integralmente o teto de 6,5% da folha de pagamento e proventos para o custeio do plano por parte da empresa e a GGPAR 23 – resolução que prevê restrições às estatais no financiamento dos planos de saúde dos empregados, além de restringir o acesso ao plano e os direitos dos empregados enquanto usuários.