O teletrabalho em tempos de pandemia será uma das três oficinas que a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) organizou para o Fórum Social Mundial 2022, que será realizado entre os dias 1º e 6 de maio, com eventos presenciais na Cidade do México, atividades híbridas e outras totalmente online.
A pandemia da Covid-19 acelerou a adoção do Teletrabalho no mundo inteiro, inclusive no Brasil, onde cerca de 9 milhões de trabalhadores passaram a realizar essa modalidade de trabalho no auge da pandemia. Essa intensa disseminação do teletrabalho colocou diante da sociedade – notadamente, do movimento sindical e do poder público – a necessidade de debater a regulamentação dessa forma específica de trabalho, de modo a garantir melhores condições de trabalho e que os direitos dos trabalhadores não sofram mais um retrocesso diante deste cenário.
No dia 12 de março de 2020, um dia após a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarar o status de pandemia no mundo, o Comando Nacional dos Bancários solicitou a criação de um comitê bipartite junto com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) – braço sindical patronal dos bancos. Com o comitê formado, de imediato, estabeleceu-se o cancelamento de reuniões presenciais, o reforço na higienização dos locais de trabalho e o home office para trabalhadores que fazem parte dos grupos de risco, os coabitantes com pessoas do grupo de risco e os bancários com filhos em idade escolar, tendo em vista que a quarentena afastou as crianças das escolas e creches.
Passados poucos dias da criação do comitê, a atuação do movimento sindical bancário garantiu que 230 mil trabalhadores pudessem cumprir a quarentena trabalhando em sistema de Home Office – cerca de 50% da categoria bancária no país.
“O teletrabalho se revelou uma forma eficaz de enfrentamento da pandemia na categoria. Entre bancários e bancárias que ficaram em teletrabalho, 77% não apresentaram diagnóstico positivo de Covid-19, 23% foram contagiados. No entanto, entre os que não estiveram em teletrabalho, o percentual de contaminados foi de 38%. “Esse dado mostra o acerto das entidades sindicais em reivindicar o teletrabalho logo no início da pandemia e em rejeitar o retorno sem critérios ao trabalho presencial, assim como cobrar procedimentos de segurança para os locais de trabalho, nas agências e departamentos”, destacou Walcir Previtale, secretário de Assuntos Sócios-Econômicos da Contraf-CUT.
O trabalho dos bancários em Home Office, tão necessário para proteção da saúde durante a pandemia, criou novas demandas e dificuldades para estes trabalhadores, tais como: inadequação do ambiente da residência para o trabalho; falta de equipamentos e mobiliário adequados; surgimento de novos problemas de saúde; sensação de isolamento; elevação das despesas residenciais; falta de controle de jornada de trabalho, entre outros. Tais elementos levaram a constatação da necessidade de compreender mais profundamente a realidade desta modalidade de trabalho. “Durante a oficina, vamos contar detalhadamente todo esse processo”, revelou Walcir.
Fonte: Contraf-CUT