A CEE/Caixa iniciou a sexta reunião de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), realizada na tarde desta segunda (24), reforçado a demanda de que as agências não abram mais aos sábados, já que não há mais qualquer justificativa. Reiterou também a cobrança para que haja o pagamento de remuneração ou compensação aos empregados que trabalham aos sábados e não marcam ponto. Cobrou ainda a apresentação de uma proposta global, para ser apreciada nas assembleias.
A Caixa respondeu que aguarda definições da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para apresentação de proposta de PLR. O banco informou que a alta direção da empresa valoriza o esforço dos empregados, mas que existe um limite para o pagamento da PLR na resolução 09 da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest) de pagar no máximo 25% do que a empresa paga de dividendos para o controlador, o que limitaria a distribuição para 6,25% do LL (LL que deve ser substancialmente menor que o de 2019). Portanto, não teria condições de formular a proposta neste momento. A Caixa também disse que fará esforços para cumprir o que for definido na mesa unificada.
A PLR deverá voltar para a mesa de negociação na próxima quarta (26). “Entendemos as dificuldades, mas reforçamos que a Caixa mantenha a PLR e a PLR Social, ainda mais considerando todo o trabalho realizado pelos colegas para atender o auxílio emergencial. Os empregados aguardam esse reconhecimento da empresa. Considerando a reunião da Fenaban amanhã, a Comissão optou também por aguardar”, afirmou a coordenadora da CEE/Caixa e secretária da Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Fabiana Uehara Proscholdt.
ABERTURA AOS SÁBADOS
A CEE cobrou da Caixa o fim da abertura das agências aos sábados e que haja o pagamento de remuneração ou compensação aos empregados que não marcam ponto. Segundo a coordenadora da Comissão, a reivindicação para a suspensão da abertura aos sábados é uma demanda urgente dos empregados. “Temos diversas reclamações. Os trabalhadores estão cansados e estafados. Na nossa avaliação, não há necessidade desse expediente aos finais de semana”, explicou.
A Caixa se comprometeu a reavaliar a demanda da abertura aos sábados bem como a demanda dos trabalhadores.
SAÚDE CAIXA
A Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa rejeitou, durante a reunião da mesa de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) nesta sexta (21), as propostas do banco para a mudança no Saúde Caixa. Na última quarta (19), o banco havia apresentado seis propostas que alteram o atual modelo de custeio e afetam fortemente o pagamento do plano, onerando os trabalhadores.
O banco propõe a individualização por faixa etária do plano de saúde, alegando a sustentabilidade do Saúde Caixa. A Comissão dos Empregados nega. “O atual modelo do Saúde Caixa é sustentável e garante o pacto intergeracional, o mutualismo e a solidariedade com todos os empregados. O teto de gastos colocado pela Caixa é prejudicial aos empregados e são esses trabalhadores que lutam todo dia para construir a empresa que é a Caixa. Rejeitamos as propostas”, reforçou a coordenadora da CEE/Caixa e secretária da Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Fabiana Uehara Proscholdt.
A coordenadora informou ainda que a CEE/Caixa continua aberta às negociações, mas essas propostas não contemplam todos os empregados.
O teto de gasto que a coordenadora se refere é de 6,5%. O valor foi apresentado pela Caixa com a justificativa de que seria fundamental para a manutenção da competitividade da Caixa no sistema financeiro. “A Caixa informou que esse teto de gastos colocado foi justificado para poder dar competitividade à empresa, mas não é isso que vemos. A Caixa tem sim é perdido mercado”, afirmou Fabiana.
Vale lembrar que na reunião anterior sobre o plano de saúde dos empregados, a Caixa avaliou que para atender a CPC 33, ao estatuto da empresa, às resoluções da CGPAR e às demandas de usuários seria necessária uma cobrança individualizada dos mutuários.
Atualmente, o custo do Saúde Caixa é divido igualmente para todos os beneficiários. Com 70% do valor custeado pela empresa e o restante pago pelos trabalhadores. O modelo permite que todos os trabalhares, de todas as faixas etárias e condições salariais, tenham condições de pagar o plano de saúde de forma solidaria.
As propostas apresentadas pela Caixa foram duramente criticadas pelos representantes dos empregados. Para Edgar Antônio Bastos Lima, dirigente da Fenacef, as propostas não são sustentáveis para todos os empregados. “Precisamos ter o Saúde Caixa para todos os empregados, inclusive para os aposentados e para aqueles que ainda aguardam a decisão da Caixa em inseri-los no plano de saúde. Os aposentados já têm a renda comprometida por causa do equacionamento”, avaliou.
Outra crítica é a falta de dados apresentados pela Caixa, que prejudica a análise pelo movimento sindical. “A Caixa não entrega todas as informações – relatórios atuariais. Sem poder avaliar as questões financeiras, rejeitamos as propostas na mesa de negociação porque não podemos construir algo que melhore o nosso plano sem todas as informações”, afirmou Carlos Augusto Silva, representa da Feeb-SP/MS na CEE/ Caixa.
A Caixa diz que o modelo atual de 70/30 está defasado e ainda destacou que incluir o teto de 6,5% é incompatível. Para o banco, o modelo mais viável é a proposta 1. O banco condicionou ainda a entrada de novos empregados ao Saúde Caixa à aceitação da CEE à individualização do plano.
CONTRATAÇÃO
Após reivindicação da Comissão de Empregados, a Caixa sinalizou que está sendo estudada a contratação de mais empregados. A situação está sendo analisada pela Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest).