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ENQUANTO CAIXA LUCRA R$ 13,2 BILHÕES EM 2020, TRABALHADORES TÊM ESGOTAMENTO

O lucro líquido da Caixa foi de R$ 13,2 bilhões em 2020, 37,5% menor em relação a 2019. O resultado de R$ 5,7 bilhões do 4º trimestre representou um aumento de 200,0% em relação ao do 3º trimestre de 2020 (R$ 1,9 bilhão).

A coordenadora da CEE/Caixa lembrou que, apesar do lucro ter reduzido no comparativo com 2019, é um valor muito bom. “É importante lembrar que naquele ano houve vendas de diversos ativos, o que é muito ruim para a empresa, mas alavancou os números anuais”. Por isso, segundo Fabiana, os números reforçam que os empregados da Caixa são compromissados com o banco e com a população.

“Mesmo num ano tão difícil, em meio a uma pandemia, eles fizeram a empresa lucrar tanto. O bom resultado é graças aos empregados, mas – infelizmente – foi feito em cima de muitos adoecimentos, de muitos colegas afastados. Nós precisamos é que a Caixa valorize seus trabalhadores e isso passa por dar efetivas condições de trabalho e de segurança, que os sistemas funcionem e que nesse momento tão difícil pra todos que as metas de produtos não sejam o foco e sim o melhor atendimento para a população. Os empregados estão estafados.”

A análise do balanço do banco público, feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mostra que a Caixa encerrou o ano de 2020 com 81.945 empregados, com fechamento de 2.611 postos de trabalho em doze meses, influenciado pelo Programa de Desligamento Voluntário (PDV) lançado em novembro, que teve adesão de 2.113 empregados. Foi fechada 1 agência e abertos 41 postos de atendimentos, 620 unidades Caixa Aqui e 88 lotéricos. Em contrapartida, o banco registrou incremento de aproximadamente 42,6 milhões de novos clientes.

“Isso reforça nossa reivindicação de mais contratações. Precisamos de muito mais gente do que o anunciado desta semana. De que adianta falar que irá contratar pouco mais e 2 mil bancários, se temos 42 milhões de novos clientes? É muita coisa!”, finalizou a secretária da Cultura da Contraf-CUT.

REPORTAGEM MOSTRA ESGOTAMENTO

O esgotamento dos empregados da Caixa Econômica Federal durante a pandemia foi tema de reportagem veiculada pelo jornal RJTV nesta quarta (17). Além do pagamento do auxílio emergencial e de outros programas do governo para ajudar a população a enfrentar a crise, a cobrança por metas e resultados tem provocado adoecimento dos trabalhadores.

A matéria de TV divulgou pesquisa feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com gestores e assistentes da Caixa do Rio de Janeiro que confirma o esgotamento dos empregados. O levantamento mostra que 68% dos profissionais relataram ansiedade, depressão, angústia e pânico. 46% relacionaram estes sintomas à Covid-19. 37% dos profissionais consultados declararam problemas de saúde mental. Destes, 98% atribuem o adoecimento ao trabalho na Caixa. Cerca de 73,9% dos pesquisados que atuam nas agências responderam que, durante a pandemia, trabalharam mais do que a jornada contratual.

É importante lembrar que a Caixa não divulga o número oficial de contaminações e mortes entre os trabalhadores do banco, apesar da cobrança das entidades sindicais e associativas. “Se era difícil para quem ficava horas esperando [nas filas], lá dentro os funcionários também sentiram, e muito, os efeitos da carga extra de trabalho”, informou o jornal.

O volume de trabalho provocou o afastamento de muitos trabalhadores do serviço presencial, mas a direção do banco não repôs os funcionários, aumentando a jornada de quem ficou nas agências. O jornal mostrou depoimentos de empregados relatando que as cobranças por metas e resultados continuaram, mesmo diante do trabalho extenuante durante a pandemia.

A coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) e secretária da Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Fabiana Uehara Proscholdt, informou que a pesquisa foi entregue na mesa de negociação com a empresa, realizada na terça-feira (16).

“A pesquisa foi realizada entre os gestores do Rio de Janeiro, mas reflete o que está sendo vivenciado por todos os empregados da Caixa no país inteiro. Com a retomada do auxílio emergencial, a situação volta a piorar”, avaliou Fabiana. “Por isso temos debatido com o banco a necessidade de ampliação dos protocolos de segurança para proteger a saúde dos empregados e da população contra o coronavírus, mais contratações para melhorar as condições de trabalho e, claro, que o foco dos colegas que estão nas agências seja o atendimento e não cobrança de metas”, ressaltou.

Durante a entrevista ao jornal, o presidente da Associação de Gestores da Caixa (Agecef) no Rio de Janeiro e integrante da CEE/Caixa, Rogério Campanate, falou sobre o déficit de empregados do banco. “Nos últimos 5 anos, a gente teve uma baixa de quase 20 mil vagas. Foram sucessivos planos de demissão voluntária que a empresa não fez reposição. Já fomos mais de 100 mil empregados e agora somos pouco mais de 80 mil”, disse Campanate.

Fonte: ContrafCUT

TAGS: #Caixa Econômica

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