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ENCONTRO NACIONAL DO SANTANDER DEFINE PLANO ESTRATÉGICO

No Encontro Nacional dos Trabalhadores do Santander, realizado no último dia 22 em São Paulo, os bancários aprovaram um plano estratégico para enfrentar desmandos do Santander, como o avanço desenfreado da terceirização fraudulenta, o fechamento de agências e o corte de postos de trabalho exclusivamente bancários.

LUCRO DO SANTANDER E FECHAMENTO DE AGÊNCIAS

A economista do Dieese Vivian Machado apresentou destaques dos resultados do banco no primeiro semestre de 2025. No período, o lucro líquido totalizou R$ 7,5 bilhões, com alta de 18,4% em relação ao primeiro semestre de 2024.

A unidade brasileira gerou o segundo maior lucro do mundo para o Grupo Santander, abaixo apenas do lucro da matriz espanhola.

O fechamento de agências e as demissões tiveram destaque central no encontro. Entre 2019 e 2024, o número de trabalhadores no grupo Santander cresceu 16,4%, passando de 47.819 para 55.646 empregados.

No mesmo período, contudo, o número de trabalhadores exclusivamente bancários no Grupo Santander teve redução de 50,4%, caindo de 36.743 em 2019 para 18.230 no Santander.

Entre 2019 e 2024 foram fechadas 301 agências do Santander em todo o país, passando de 2.731 para 2.430, redução de 11%. Somente entre junho de 2024 e junho de 2025 foram encerradas 558 unidades bancárias, passando de 2.446 para 1.888 estruturas físicas de atendimento.

No mesmo período, a Espanha encerrou apenas 109 unidades, passando de 1.833 para 1.724 agências.

“O fechamento de agências tem sido extremamente prejudicial para os bancários, mas sobretudo para população. O Santander fechou mais agências no primeiro semestre de 2025 do que nos quatro anos anteriores, o que demonstra uma mudança de estratégia do banco, que está excluindo boa parta da população do serviço bancário. Banco no Brasil é concessão pública e tem responsabilidade social com os funcionários e, principalmente, com os clientes, que estão sendo cada vez mais desatendidos e empurrados para o autoatendimento ou para a IA, mesmo pagando altas tarifas e taxas de juros”, afirma Lucimara.

ANÁLISE DE CONJUNTURA E ACT DO SANTANDER

O professor doutor Moisés Marques fez uma análise da conjuntura geopolítica atual e seus impactos no sistema financeiro, com ênfase no avanço da inteligência artificial nos empregos bancários.

Na sequência, a advogada do Sindicato dos Bancários de São Paulo Cynthia Valente detalhou as sete árduas rodadas de negociações com o Santander para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho do Santander, aditivo à CCT da categoria bancária. Foram preservadas todas as 42 cláusulas do acordo, todas elas adicionais e complementares à CCT.

Além disso, a negociação resultou em avanços como a isenção da coparticipação no plano de saúde para Pessoas com Deficiência (PCDs) na ativa; suspensão das metas para quem retorna de licença saúde; abono de dois dias para internação hospitalar de filhos; pausa para amamentação; licença para acompanhar casos de saúde, dentre outras.

Há também um Programa de Participação nos Resultados do Santander (PPRS), adicional à PLR da CCT. Durante a negociação, houve uma tentativa do banco de compensar o valor do PPR da PLR da CCT, que foi afastada pelos representantes dos trabalhadores.

Por fim, os delegados e delegadas presentes no encontro debateram as propostas e prioridades que comporão um plano estratégico nacional e unificado para o enfrentamento da gestão do Santander.

“Definimos os pontos que terão a responsabilidade de atender os anseios e as angústias dos trabalhadores do Santander, cada vez mais precarizados pela política da direção do banco, que busca eliminar, por meio da terceirização fraudulenta, direitos históricos da categoria bancária”, finalizou Wanessa de Queiroz, coordenadora da COE.

Fonte: Contraf-CUT e Sindicato dos Bancários de São Paulo

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