Ministério Público do Trabalho (MPT) recebeu nos últimos dias diversas denúncias de empregados da Caixa para investigar possíveis procedimentos discriminatórios na reestruturação do banco, que pegou de surpresa os trabalhadores no final de novembro. A principal reclamação é quanto ao deslocamento dos empregados para outras unidades sem aviso prévio, que atingem, principalmente, aposentados e incorporados.
“A forma abrupta e inesperada que a Caixa comunicou os deslocamentos ocasionou pânico e insegurança aos empregados atingidos, que temem alterações significativas na vida funcional e em suas remunerações”, afirmou a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa e secretária de Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Fabiana Uehara Proscholdt.
A mudança ocorre mais uma vez sem planejamento da direção da Caixa. “Mais uma vez o que estamos vendo é o desrespeito da direção da Caixa com os empregados. Até o momento não tivemos nenhuma informação oficial do que está acontecendo. E o que estamos vendo é uma medida da Caixa que está gerando pânico e insegurança entre os trabalhadores”, afirmou o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto.
O processo de despejo também está atingindo as gerências Executivas de Governo (Gigov) e gerências Executivas de Habitação (Gihab), áreas responsáveis pelo planejamento urbano dos municípios. “A falta de planejamento que vemos acontecer no governo, está presente nessa decisão da direção da Caixa. Estão pensando unicamente na questão econômica, sem pensar nas pessoas nem como as políticas públicas vão chegar aos municípios e suas populações”, avaliou Takemoto.
CONTRAF-CUT QUESTIONA MEDIDA DA CAIXA
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), assessorada pela CEE/Caixa, enviou um ofício para questionar o banco quanto ao deslocamento dos trabalhadores e à falta de negociação da direção da Caixa com os trabalhadores, como garante o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
De acordo com a coordenadora da CEE/Caixa, a reestruturação deveria ser negociada com os trabalhadores. “Pra que fazer as coisas desse jeito, de forma desumana e traumática. Essa reestruturação está sendo feita sem planejamento, sem transparência, nem debates. Isso reforça o que nós temos dito há tempos, que a direção da Caixa está desmontando a empresa, com a justifica de contenção de gastos. Por que não cortam as viagens do Pedro Guimarães, que fica passeando o país todo e se auto promovendo? Até porque, as viagens dele não trazem nada de bom para a Caixa, é só para lobby pessoal”, concluiu.
ATOS COBRAM CONTRATAÇÕES PELO BRASIL
Empregados da Caixa de todo o Brasil realizaram o Dia Nacional de Luta contra o desmonte do banco na sexta (11). O ato aconteceu de duas maneiras: presencial em algumas cidades e virtualmente para todo o país. Em algumas cidades, dirigentes sindicais foram à frente de agências da Caixa vestidos de preto para alertar a população sobre a reestruturação que está acontecendo no banco.
A manifestação virtual engajou os trabalhadores por meio do aplicativo Manif.app. Os empregados e a população também se mobilizaram no tuitaço, que aconteceu em paralelo ao dia de luta, com as hashtags #MexeuComACaixaMexeuComOBrasil #MaisContrataçõesMenosFilas #CaixaRespeiteOEmpregado em postagens nas suas redes sociais.
O ato cobrou respeito da direção e mais contratações pela Caixa. Empregados e a sociedade estão convidados a defender a Caixa 100% pública e lutar contra o desmonte. As mudanças têm pressionados os empregados a aderirem ao Programa de Desligamento Voluntário (PDV) e os deixado em pânico.
A falta de empregados também atinge em cheio a Caixa. Mesmo com um déficit acima de 19 mil trabalhadores, as contratações não estão nos planos do banco. Sem novas contratações, a gestão prejudica os empregados, que acumulam trabalho, e compromete o atendimento à população.
Fonte: ContrafCUT