A Central Única dos Trabalhadores (CUT) completou 40 anos no dia 28. É a maior central sindical do Brasil, da América Latina e a quinta maior do mundo. São 3.806 sindicatos filiados que representam 24 milhões de pessoas na base. Os associados são mais de 7,8 milhões de homens e mulheres em todos os setores da economia. Nascida durante a ditadura civil-militar, a CUT comemora uma história de luta e resistência, com importantes conquistas para a sociedade.
A vice-presidenta da CUT e presidenta da Contraf-CUT, Juvândia Moreira, também celebrou a data. “A CUT nasceu na luta pela redemocratização, pelo direito a ter direito de lutar. Direito à greve, negociação coletiva, aposentadoria. Agora, 40 anos depois, todas as grandes lutas do Brasil têm a participação da CUT. Celebramos os direitos, as conquistas que transformaram tantas vidas. Seguimos no compromisso na luta pela democracia após tantos golpes”, disse.
Para marcar a data que remonta ao dia 28 de agosto de 1983, casas legislativas realizaram sessões de homenagem à CUT. Na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o vice-presidente licenciado da central Luiz Cláudio Marcolino (PT) liderou sessão solene nas primeiras horas do dia. “A CUT tem um papel importante, pois representa os trabalhadores tanto no espaço institucional no diálogo com os governos, como nos locais de trabalho”, disse o parlamentar.
“Comemorar as quatro décadas de fundação da CUT consolida a unidade do movimento sindical e suas muitas vitórias para os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil (…). Tenho certeza que a CUT está preparada para o futuro e para os desafios por mais direitos e garantia das conquistas da classe trabalhadora”, completou Marcolino.
HISTÓRIA DE LUTAS
O parlamentar lembrou de conquistas relevantes da entidade como a Marcha Nacional do Salário Mínimo. O movimento conseguiu fazer com que o valor-base para os ganhos salariais de muitas categorias passasse a crescer ano após ano. Inclusive, com ganho real durante os anos de governos federais petistas. Após os anos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), sem política de valorização do salário mínimo, Lula anunciou, como uma das primeiras medidas de seu novo mandato, sua retomada.
O presidente da CUT, Sérgio Nobre, também deixou sua mensagem de celebração e luta. “Hoje é um dia muito especial. Uma jovem organização, mas com grande serviço prestado à classe trabalhadora. Nascemos na ditadura e tivemos a alegria de recuperar a alegria. Vimos o movimento sindical renascer, tivemos parcerias importantes com movimentos populares, como pela reforma agrária e moradia. Temos a alegria de ter eleito o presidente Lula que nos dá oportunidade de reconstruir o país”, disse.
Por fim, Nobre parabenizou aqueles que fazem o dia a dia das lutas trabalhistas. “Aos milhões de trabalhadores do dia a dia das lutas. Construção civil, escolas, no campo e nas cidades que construiram essa tão bela história”.
OBJETIVOS E LUTAS FUTURAS DA CUT
O ex-presidente da CUT, Vagner Freitas, é figura de grande relevância na história da entidade. Ele participou de forma aguerrida na defesa da democracia diante dos ataques recentes na história do país, como o golpe que retirou Dilma Rousseff (PT) da presidência em 2016. Agora, ele aponta para as lutas do futuro. “A CUT é uma associação, uma entidade de classe. Tem como objetivo mudar a situação dos trabalhadores, mudar o regime político. Tem como objetivo a construção do socialismo, da luta de classes, de uma sociedade justa, igualitária, libertária”, disse.
“É uma entidade extraordinária. Temos muito a comemorar, mas é só o início. O objetivo que criamos a CUT não foi conquistado. É a liberdade da classe trabalhadora e a igualdade entre as classes sociais. Amigos, companheiros de jornada e de luta, parabéns”, completou.
NA CÂMARA
O aniversário da CUT também foi razão de celebrações na Câmara dos Deputados, em Brasília. O deputado federal Vicentinho (PT-SP), líder sindical, fundador da CUT e do PT, presidiu a sessão solene. Inicialmente, ele leu uma carta do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
“A Câmara dos Deputados reforça seus vínculos com a valorização do trabalho, a defesa dos trabalhadores. Com a democracia e com a liberdade. Em quatro décadas de lutas e grandes empreitadas, a CUT se consolidou como a maior e mais abrangente central sindical do país. Nessa trajetória, a entidade e esta Casa estiveram lado a lado na defesa dos cidadãos e na defesa enfática da democracia”, disse o texto do presidente.
PLURALIDADE NA CUT
As bancadas do PT na Câmara e no Senado divulgaram vídeos com diferentes vozes do partido sobre a importância da CUT. “Criada ainda na ditadura, a CUT desafiou a legislação sindical que proibia a organização de diferentes categorias em uma só entidade. Graças a essa pluralidade e à defesa intransigente dos/as trabalhadores/as, a CUT revolucionou o movimento sindical no Brasil”, afirma o partido no Senado.
Fonte: Contraf-CUT