A Contraf-CUT encaminhou ao Banco do Brasil, nesta segunda-feira, 12 de novembro, uma nova proposta para sustentabilidade da Cassi com o objetivo de reestabelecer o processo de negociação entre patrocinador BB e Corpo de Associados, representados pelas Entidades da Mesa de Negociação.
A proposta da Contraf-CUT está fundamentada nos seguintes pilares:
a) Manutenção do princípio da solidariedade, sem a criação de novos custos para os associados;
b) Metas para adesão de novos associados ao modelo assistencial definido para a Caixa de Assistência após a reforma estatutária de 1996, de Estratégia de Saúde da Família (ESF), referendado pela Consultoria contratada para fazer o diagnóstico da Cassi;
c) Manter a estrutura de governança da Caixa de Assistência, com as diretorias que cuidam dos serviços assistências sob o comando dos representantes dos associados da Cassi, os donos da autogestão, ou no máximo sendo gerida de forma paritária entre associados e patrocinador;
d) Contribuições extraordinárias dos associados e do patrocinador até 2023, de 1,5% dos associados e ressarcimento do patrocinador correspondente a 2,25%, mantendo a proporção atual do Estututo da Cassi de 60/40 entre patrocinador e associados.
A proposta foi construída usando cálculos atuariais para sustentação financeira, bem como utilizando propostas sugeridas no Relatório da Consultoria Accenture disponibilizado na página dos Associados da Cassi. (Veja aqui a proposta da Contraf para a Cassi )
Reunião com a Cassi e entidades
A Contraf-CUT participou ainda de reunião convocada pela Diretoria da Cassi com as Entidades da Mesa de Negociação. Na ocasião, o presidente da Cassi informou sobre a proposta de criação de um GT – Grupo de Trabalho Técnico com o objetivo de se construir uma proposta junto com as áreas técnicas da Cassi.
O representante da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, Wagner Nascimento, criticou a ausência do Banco do Brasil na reunião e no GT a ser criado, uma vez que as negociações devem ser sempre com o patrocinador. A Contraf-CUT, mesmo tendo recebido o convite ao final da tarde de sexta-feira, ainda assim fez o esforço para estar na reunião e indicará nomes para composição do GT.
Para Wagner Nascimento “precisamos unir todos os esforços para construir uma proposta de equilíbrio financeiro para a Cassi. Se os representantes do BB não estão interessados na sustentabilidade da Cassi, nós, representantes dos associados, estamos e vamos garantir a continuidade de atendimento aos funcionários da ativa e aposentados.”
Lucro de R$ 9 bilhões em nove meses
O Banco do Brasil lucrou R$ 9,7 bilhões (valor ajustado) nos nove primeiros meses de 2018, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O número representa um crescimento de 22,8% com relação ao mesmo período em 2017. Já o lucro líquido do banco alcançou, no mesmo período, R$9,06 bilhões, o que demonstra um crescimento de 14,6%.
Segundo o Destaque das Demonstrações Financeiras do BB, esse resultado se deve principalmente à redução de despesas de provisão de crédito, ao crescimento da renda de tarifas (que cresceram acima da inflação) e ao controle de custos (que variaram abaixo da inflação) que o Banco do Brasil realizou no período.
Banco não reconhece esforço do funcionalismo
Mesmo com altos lucros, o banco não reconhece o esforço do funcionalismo.
Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, o banco precisa se preocupar mais com os funcionários. “É possível o banco negociar melhor um acordo para a Cassi, que preocupa tanto os funcionários. Se parte da diretoria trabalha para inviabilizar o plano de saúde, o funcionalismo mostra que merece respeito com a apresentação de um lucro significativo”, explicou.
Wagner ainda ressaltou a importância das negociações. “O Banco do Brasil precisa reabrir as negociações com os Sindicatos e Entidades de representação funcionários da ativa e aposentados”, completou.
Fonte: Contraf-CUT