A Caixa Econômica Federal completou 160 anos nesta terça (12), com passado de histórias brilhantes e futuro sob ameaça. Mesmo diante ao maior desmonte de sua história, o aniversário do banco que atua como principal agente das políticas públicas do Estado é motivo de orgulho para os seus empregados e para o povo brasileiro.
“São 160 anos de mãos dadas com a população que mais precisa. A Caixa é o banco que permite a realização dos sonhos dos brasileiros. Começou com o sonho da liberdade, quando poupou dinheiro dos escravos para a compra da carta de alforria, o sonho da casa própria, da formação no ensino superior, da diminuição da desigualdade no país”, disse a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) e secretária de Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), Fabiana Uehara Proscholdt.
“Precisamos enaltecer essas conquistas e mostrar para a população que tudo isso pode acabar se as tentativas de privatização do governo e da direção do banco se concretizarem. Nossa luta é constante pela defesa da Caixa 100% pública, pela valorização dos empregados e por melhores condições de trabalho”, completou.
A data, além de comemoração, tem de ser de resistência contra as tentativas governamentais de privatizar partes rentáveis da instituição, através da venda de suas subsidiárias. Essas áreas, a exemplo das loterias, seguros e cartões de crédito, sustentam os programas sociais operados pelo banco. Foi a força da mobilização e da união das entidades sindicais e associativas que manteve a Caixa 100% pública até agora.
Para o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, no pacote de ações para privatizar a Caixa, o governo e a direção do banco incluíram também o desrespeito aos empregados.
“Metas desumanas, reestruturações sem planejamento, jornadas exaustivas e extrapoladas, atendimentos precarizados por falta de condições de trabalho e também pela falta de mais de 20 mil empregados, PDV [Programas de Desligamento Voluntário] – tudo isso faz parte da estratégia de passar uma imagem de ineficiência para a sociedade e tentar justificar a privatização”, alerta.
“Mas a realidade mostra o contrário. O que seria da população mais carente se não fosse a Caixa e seus empregados durante o pagamento do Auxílio Emergencial? Graças aos empregados, que têm resistido a tudo isso para cumprir a função social do banco, 68 milhões de brasileiros tiveram condição de sobreviver nesta pandemia”, avalia.
CAMPANHA
O desrespeito aos trabalhadores provocou as entidades em defesa dos bancários a realizarem uma campanha de valorização dos empregados da Caixa. A Fenae, as Apcefs, a Contraf-CUT e demais entidades sindicais e associativas se uniram para mostrar ao país a importância do trabalho destes bancários para socorrer metade da população brasileira durante a pandemia do coronavírus. A campanha começou no dia 28 de dezembro e vai até o aniversário da Caixa, nesta terça (12).
Uma das atividades que marcam a campanha são projeções em várias cidades do país em defesa da Caixa. São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Belo Horizonte, Brasília, Belém, Fortaleza e Manaus são as capitais que receberam nesta segunda (11), projeções com mensagens da campanha em defesa da Caixa 100% pública.
A ação é realizada pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). O objetivo foi denunciar os ataques que a empresa vem sofrendo, com ameaça de privatização de áreas rentáveis como seguros, loterias e mais recentemente o banco digital.