O primeiro dia de debates do 39º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa (Conecef) destacou a importância da eleição de representantes dos trabalhadores nas eleições municipais. O painel contou com a participação de Luis Nassif, jornalista e fundador do “Jornal GGN”.
Nassif abordou a financeirização da economia brasileira, criticando a captura do Banco Central pelo mercado, a privatização selvagem e a competição exacerbada. Ele enfatizou a importância das instituições nacionais, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, para promover arranjos produtivos locais. Defendeu um pacto nacional de produção, envolvendo bancos públicos, cooperativas e outras instituições, para fortalecer pequenas empresas e combater a financeirização. Ele destacou que essa integração é crucial para a economia crescer e combater a influência da ultradireita e do mercado financeiro.
Nassif sugeriu a criação de arranjos produtivos em plataformas online, aproveitando as atuais estruturas. Ele acredita que a Caixa e o Banco do Brasil podem ajudar empresas a se organizarem em associações. Defendeu que Lula promova um grande pacto nacional de produção, como fez durante a crise de 2008/2010. Concluiu destacando a importância da agricultura biológica, liderada pelo MST, e a necessidade de um pacto para impedir que a ultradireita, as milícias e o mercado evitem a regulação e atuem sem controle.
MOBILIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO
A mesa de conjuntura foi coordenada por Eliana Brasil, representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) na Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa. Ela ressaltou a importância de mobilizar os empregados do banco público para eleger representantes da classe trabalhadora no legislativo. “Precisamos derrotar o fascismo e fazer o debate em nossas bases sobre nossas candidaturas representando os trabalhadores”, reforçou.
A pré-candidata a vereadora pelo PT da capital paulista, Ivone Silva, que é presidenta do Instituto Lula e vice-presidenta licenciada da CUT São Paulo, destacou a importância das eleições municipais na luta contra o desmonte do Estado e a financeirização da economia. “Precisamos interagir com a população local, especialmente em áreas sem agências bancárias, para explicar como a economia pode prosperar localmente”, disse. Ela criticou a privatização de serviços essenciais e a influência de políticos incompetentes que votam contra a ciência e o bem-estar social.
“Precisamos mostrar que instituições públicas como Caixa, BB, Sebrae e Senai são fundamentais para a promoção de arranjos produtivos locais para fortalecer pequenas empresas. E a eleição de representantes comprometidos com a visão de que estas instituições, somadas às políticas públicas que beneficiem a população, são cruciais para o desenvolvimento social com a redução da desigualdade econômica e social”, ressaltou Ivone.
Fonte: Contraf-CUT