A Caixa ampliou em duas horas o atendimento de 1.102 agências a partir da última quarta. Em Uberaba, as agências Centro e do bairro Abadia. As unidades abrirão para o público, de 8h às 14h, apenas para serviços essenciais e a entrada da população nas agências também será controlada.
Nas horas a mais de funcionamento, a população poderá realizar apenas os serviços essenciais, como saques sem o cartão e cadastrar a senha do INSS, do Seguro Desemprego/Defeso, do Bolsa Família e outros benefícios sociais. Também está permitido o pagamento de Abono Salarial e FGTS sem cartão e senha, desbloqueio de cartão e senha de contas.
Mesmo com ampliação do atendimento pela Caixa, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) orienta a população a evitar filas e aglomerações nesse período de pandemia, priorizando os canais digitais de atendimento. Além disso, cobra medidas mais efetivas para evitar as aglomerações nas agências. Uma das propostas são as campanhas de comunicação para informar a população quem tem direito ao auxílio emergencial pelos meios digitais, sem precisar ir à agência.
“A Caixa não pode deixar para os empregados essa responsabilidade que é do banco e do Governo Federal. Nossa preocupação é com a saúde dos trabalhadores e da população, garantindo o atendimento nos casos essenciais”, reforçou Fabiana Uehara Proscholdt, secretária da Cultura e representante da Contraf-CUT nas negociações com o banco.
De acordo com a Caixa, a entrada da população nas agências será controlada. Nas áreas dos terminais de autoatendimento, será mantido o distanciamento mínimo de um metro entre as pessoas.
Para chamar a atenção do governo federal para as aglomerações nas agências e o risco de exposição ao Covid-19 do trabalhador e da população, a Contraf-CUT enviou uma carta ao ministro da Saúde, Nelson Teich. No documento, a entidade também reivindica ampla campanha de conscientização da população no processo de pagamento do auxílio emergencial.
Orientada pela Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), a Contraf-CUT também enviou uma carta para o presidente da Caixa, Pedro Guimarães cobrando civilidade, saúde e segurança nas unidades da Caixa e para o trabalho dos empregados. Ao todo, foram 13 reivindicações, entre elas a instituição do sistema de agendamento por telefone, plano de saúde para todos, organização de filas por profissionais especializados, antecipação do calendário de vacinação e EPI para os trabalhadores.
MAIS INFORMAÇÃO PARA A POPULAÇÃO
A falta de informação mais direcionada à população sobre o auxílio emergencial segue sendo um fator de aumento das filas nas agências da Caixa. Muitas pessoas procuram as agências para tirar dúvidas sobre o cadastramento, confirmação do recebimento ou sobre o CPF.
Na última segunda (20), a coordenação do Comando Nacional dos Bancários se reuniu com a Federação Nacional dos Bancos e o Ministério Público do Trabalho, com a presença da Caixa Econômica Federal, para debater, entre outras coisas, o atendimento nos bancos. Um dos temas do debate foram as filas e aglomerações das agências.
“A Caixa se comprometeu a intensificar as informações sobre o auxílio emergencial e a divulgação do canal de atendimento 111. Quem quer informação não precisa ir às agências, basta ligar nesta central”, afirmou a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.
LONGAS FILAS
Para o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Dionísio Reis, o problema das longas filas nas agências da Caixa, com aglomerações e até tumultos, é culpa do governo, que centralizou todo o cadastramento na Caixa.
O coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Dionísio Reis, observa que existem milhões de pessoas que não têm acesso a celular; internet e TV, nem são bancarizadas. “Isso torna impossível de elas se cadastrarem da forma proposta. O banco também tem culpa, pois criou um canal de atendimento que não funciona e o 0800 tampouco dá conta. São filas de espera enormes, daí que as pessoas acabam indo pras agências”, criticou. “Enquanto isso aumenta o número de mortes em todos os estados. Não podemos permitir que continue as aglomerações. A necessidade de isolamento social permanece”, disse.
A coordenação do Comando cobrou da Caixa o pagamento das horas extras e o banco informou que serão pagas.
Fonte: ContrafCUT