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BANCÁRIOS DO BRADESCO APROVAM PAUTA DE REIVINDICAÇÕES

Defesa dos empregos e valorização dos funcionários, com melhorias nas cláusulas econômicas, nas condições de trabalho e de saúde dos trabalhadores do Bradesco. Esses são alguns dos principais pontos da pauta de reivindicações específicas dos funcionários do banco, aprovada nesta quinta (6), durante o Encontro Nacional dos Funcionários do Bradesco. O encontro reuniu presencialmente, em São Paulo, trabalhadores de todo o país.

“Estamos no momento do ano mais importante para a nossa mobilização, que é a realização de nossa Campanha Nacional 2024. Aqui aprovamos a minuta específica dos trabalhadores do Bradesco, que será entregue ao banco para darmos início aos debates específicos na mesa de negociação com o Bradesco. Paralelamente, vamos construir, na Conferência Nacional dos Bancários, a pauta de reivindicações geral da categoria, a ser negociada entre Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban”, disse a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco, Magaly Fagundes.

Na mesa de abertura, a presidenta da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, destacou o momento difícil para os trabalhadores do Bradesco, que implementa uma reestruturação com fechamento de agências e extinção de postos de trabalho. “Os bancários estão com medo de serem os próximos a perderem seus empregos. E uma das principais preocupações do movimento sindical é a defesa do emprego.”

PLANO DE REESTRUTURAÇÃO

Durante o encontro, o economista do Dieese, Gustavo Carvazan, fez uma apresentação do Plano Estratégico do Bradesco, reestruturação que está sendo implementada pelo banco após quedas no lucro (de 28,4% de 2019 a 2020, e de 43,8% de 2021 a 2023) e rentabilidade (de 19,9% em 2019, para 10% em 2023) desde a pandemia. O plano, cujo principal objetivo é elevar os resultados do banco, começou a ser concretizado este ano, será realizado paulatinamente de trimestre a trimestre e terá duração de 5 anos (até 2028). Ele prevê, em linhas gerais:

  • Bradesco continuará atuando na área de varejo massificado, mas com outros custos. O que significa jogar esse segmento para atendimento em correspondentes bancários. Segundo o banco, as agências físicas permanecem apenas nos grandes centros urbanos, mas em outras localidades o Bradesco Expresso (rede de correspondentes) será o canal essencial; vai continuar atuando fortemente no segmento de pequenas e médias empresas;
  • Investir em um novo segmento, de afluentes, que são os clientes de alta renda. Muitos desses clientes, apesar de terem contas no Bradesco, preferem fazer investimentos em outros bancos. A intenção do banco é atender esses clientes através da Ágora Investimentos (do Grupo Bradesco), cujos especialistas trabalham no modelo autônomo.
  • Contratação de 3 a 4 mil pessoas da área de TI;
  • Investimento em canais de atendimento com mais tecnologia e IA (Inteligência Artificial).

Para implementar seu Plano Estratégico, o Bradesco dividiu a operacionalização da empresa em dois setores: Run the Bank (que se ocupa de manter o funcionamento do banco) e Change the Bank (com uma equipe empenhada em pensar e implementar as mudanças no banco). Além disso, fez mudanças estratégicas em sua diretoria, trazendo de fora executivos para ocuparem duas importantes vice-presidências: a de negócios digitais e a de Recursos Humanos. “A mudança no RH deixa ainda mais claro que o banco pretende mudar a gestão de pessoas”, destaca Gustavo.

Segundo o Bradesco, 2024 é um ano inicial e ainda não serão vistas grandes transformações, mas elas começam a aparecer em 2025. O economista destacou que o banco já começou a recuperar seus patamares de lucro: o resultado no primeiro trimestre de 2024 (de R$ 4,2 bilhões) já foi 46% maior que o do quarto trimestre de 2023. E a inadimplência, que chegou a ser de 6,7% para PF entre 2022 e 2023, também está voltando a patamares mais próximos da média do setor bancário. Mas o emprego continua diminuindo no Bradesco: em um ano foram 578 postos de trabalho a menos; em dois anos foram extintos 1.854 empregos e, desde 2016, são 23.159 postos de trabalho fechados.

RESOLUÇÕES

Foi tirado como eixo de luta: a realização de uma campanha nacional em defesa do emprego, contra o fechamento de agências, combater as metas abusivas e melhorias no plano de saúde.

“O banco anunciou, em coletiva de imprensa, uma reestruturação que tem impactos diretos na organização do trabalho, sem qualquer participação do movimento sindical. É fundamental que os trabalhadores possam participar e intervir nessa reestruturação, com avaliações contínuas durante esses cinco anos, principalmente para discutir as condições de trabalho, contra a redução do quadro de funcionários e fechamento de agências”, destaca Magaly Fagundes.

Ao final do encontro, foi eleita a nova coordenadora da COE Bradesco. A secretária de Imprensa e Comunicação do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Erica de Oliveira, substituirá Magaly na coordenação da COE.

“Assumir a coordenação da COE Bradesco neste momento é um grande desafio e uma imensa responsabilidade. O momento nos exige disposição, muito estudo, muita conversa com os bancários e muita determinação para que possamos lutar, propor e obter conquistas relevantes para os bancários do Bradesco. O banco tem passado por muitas transformações e os trabalhadores não podem ser penalizados por isso.”

 Fonte: Contraf-CUT

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