Representantes da Caixa Econômica Federal e dos empregados se reuniram nesta quinta (18) para tratar de questões específicas dos trabalhadores que exercem as funções de caixas, tesoureiros e avaliadores de penhor. O banco está analisando o fim da designação das funções por minuto, um dos pontos fundamentais do debate.
“A reunião foi boa. O banco tem se mostrado mais aberto ao debate e já atendeu algumas das demandas que colocamos, como o acesso direto das estações financeiras à intranet e o ajuste dos gaveteiros de numerários”, avaliou a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt. “Além disso, o banco está analisando o fim da função por minuto, mas disse que depende de uma reorganização da gestão, pois a medida gera impactos financeiros”, complementou.
“Apesar de maior abertura no debate, ainda não há solução. Então, precisamos nos manter mobilizados”, ressaltou o empregado da Caixa e dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rafael de Castro. “Enquanto não for decidido, precisamos manter a pressão”, completou.
GAVETA DE NUMERÁRIOS
Um dos pontos cobrados em reuniões anteriores, o problema das gavetas de numerários, que “engole” cédulas e causa diferença de caixa será resolvido. O banco definiu que será feito ajuste em unidades-piloto e que os representantes dos empregados poderão participar indicando quais serão estas unidades.
Com relação aos caixas, outra reclamação foi sobre aos scanners que substituíram os leitores de código de barras. “Eles simplesmente não funcionam. Os caixas não o utilizam e acabam digitando o código de barras, o que torna o atendimento mais trabalhoso e lento”, disse o caixa Lucas Fonseca da Cunha, representante da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Rio Grande do Sul (Fetrafi/RS).
“Não sei por qual motivo tiraram os leitores de código de barras. Não existe necessidade de scanner no caixa. Colocaram uma carreta para fazer uma coisa que é melhor de ser feita com um carro popular”, comparou o caixa e representante da Federação dos Bancários do Estado do Rio de Janeiro (Federa/RJ), Léo Lima.
O banco disse que a substituição foi feita atendendo demanda de gestores e que os equipamentos foram instalados há menos de dois anos.
“Já estamos falando faz algum tempo para que, antes de serem comprados novos equipamentos, que os usuários sejam ouvidos e que sejam feitos testes para aprovação das máquinas. São os empregados que podem falar melhor sobre as ferramentas que utilizam no seu dia a dia de trabalho”, disse a coordenadora da CEE.
TESOUREIROS
O banco também foi questionando sobre uma possível redução da jornada de tesoureiros, de oito para seis horas, com orientação para que não sejam autorizadas horas-extras para estes profissionais. O banco disse que não existe nenhuma orientação neste sentido e que é preciso analisar casos específicos.
AVALIADORES DE PENHOR
O banco já implementou algumas das demandas dos avaliadores de penhor, como a habilitação, nos próximos dias, do SISAG para autenticar guias de penhor de valores superiores a 10 mil reais. A demanda foi apresentada na reunião passada.
“É um avanço importante, pois já vínhamos batalhando por essa correção há dois anos. Demonstra que estamos sendo ouvidos. Entregamos uma lista com os principais problemas do SIPEN e do SISAG e, tal como esta demanda, esperamos que as demais também sejam atendidas”, observou Michele Venzo, representante do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região.
Também serão debatidas, em reunião técnica específica, problemas de sistemas utilizados pelos empregados que desempenham a função. Os trabalhadores vão indicar seus representantes para participar da reunião do grupo, que é parte deste mesmo GT de funções específicas.
MUDANÇA DE MOBILIÁRIO
A reunião também tratou sobre a adaptação de agências para pessoas com deficiência (PCDs). O banco informou que serão aplicados R$ 115 milhões para mudança de mobiliário de 500 a 600 agências e que a adaptação para PCDs levará em conta a exigência de legislações municipais. Serão mesas e cadeiras autorreguláveis, para que o próprio colega regule da forma como ficar melhor para ele. Não foram considerados apoio para os pés.
“É importante esta mudança de mobiliário, já considerando as especificidades de cada colega, mas, num momento em que estamos buscando trabalhar com uma gestão mais humanizada, seria interessante que, independentemente da legislação municipal, a Caixa tivesse um olhar atento para estes colegas que já sofrem em seu dia a dia na sociedade”, ponderou Rafael de Castro.
OUTRAS DEMANDAS
Os trabalhadores também pediram para que a Caixa aprimore a ata das reuniões, de modo que facilite o cumprimento das reivindicações atendidas e permita o acompanhamento do que está sendo realizado.
Outra reivindicação foi para que as reuniões do GT sejam realizadas em menor período de tempo, sem que haja intervalo de um mês entre os encontros.
Também pediram para que a Caixa resgate as atribuições previstas no RH183 e compare com o que os empregados vêm fazendo na prática, para que eles não executem tarefas que não sejam de suas responsabilidades, com a intenção acabar com os desvios de funções.
Fonte: Contraf-CUT