O Santander Brasil alcançou lucro líquido gerencial de R$ 1,689 bilhão no quarto trimestre de 2022, cifra 46% menor do que no terceiro trimestre de 2022 e uma queda de 56% na comparação com o mesmo período de 2021, informou a instituição financeira nesta quinta (2).
O lucro líquido foi de R$ 12,9 bilhões em 2022 com queda de 21% se comparado com o mesmo período do ano anterior. O ano foi marcado pelo aumento das provisões em 72,7%, diante da maior inadimplência de clientes pessoas físicas. Além disso, as margens do Santander foram pressionadas por perdas da tesouraria, diante do impacto negativo da alta dos juros sobre a carteira de títulos do banco.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) foi de 8,35% no 4º trimestre de 2022, uma queda de 7,3 pontos percentuais no trimestre. Em 2022, o índice ficou em 16,3%, 4,9 pontos percentuais abaixo em relação a 2021.
Um dos fatores para esses resultados está o caso das Lojas Americanas, que “divulgou ao mercado, no dia 11 de janeiro de 2023, fato relevante para informar a detecção de inconsistências contábeis em demonstrações financeiras de exercícios anteriores, estimadas em cerca de R$ 20 bilhões, sendo o Banco Santander uma das principais instituições afetadas”, pontuou análise do Dieese.
EMPREGOS E AGÊNCIAS
Em relação aos empregos, a holding espanhola encerrou 2022 com 52.603 vagas, com abertura de apenas 56 postos de trabalho em doze meses, considerando que, no trimestre foram abertos 1.389 postos de trabalho. Vale lembrar que, no terceiro trimestre de 2022, o Santander havia fechado 385 postos de trabalho. Em 2022, o banco também fechou 286 agências e 118 postos de trabalho.
IMPORTÂNCIA DO ACORDO COLETIVO
A coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Lucimara Malaquias, avalia que o aumento de créditos de liquidação duvidosa, “poderá causar impactos na PLR” (Participação nos Lucros e Resultados). “Análises estão sendo feitas para avaliar o tamanho real dos resultados que o banco apresentou hoje”, completa.
A representante dos funcionários nas negociações com o banco, aponta ainda que a queda de 4,9 p.p da ROE, em relação à 2021, poderia impactar em reduções no pagamento no Programa da Participação nos Resultados Santander (PPRS). “Porém, isso não vai ocorrer, graças à negociação do aditivo Santander, que impede a alteração das faixas, como pretendia o banco”, ressalta.
Desta forma, Lucimara destaca a importância do acordo coletivo, “que visa minimizar os impactos da oscilação do mercado no rendimento dos trabalhadores”, e conclui que a retração do banco “traz alertas e preocupações não só para o Santander, mas para todo o sistema financeiro”.
Com informações da Contaf-CUT e Bancários de Santos