O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convidou cerca de 600 sindicalistas das diversas centrais sindicais brasileiras para debater temas relacionados aos direitos dos trabalhadores, como aumento do piso salarial nacional e a retomada da política de valorização do salário mínimo. O encontro será realizado nesta quarta-(18), no Palácio do Planalto, em Brasília.
“Teremos nesta quarta-feira uma primeira reunião com o presidente Lula e com representantes de trabalhadores desde sua posse. É fundamental este diálogo para a definição de um tema sensível à categoria: o valor do salário mínimo e a correção da tabela do IR, entre outros assuntos relevantes aos trabalhadores. Estamos felizes em ter um governo que dialoga com todos os setores”, ressalta Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região
PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA
O Congresso Nacional aprovou o aumento do salário mínimo para R$ 1.320. Mas Bolsonaro reajustou apenas para R$ 1.302. Ao defender a aprovação da chamada PEC da Transição, o então governo eleito prometeu chegar a R$ 1.320, como foi aprovado pelos deputados e senadores, concedendo um aumento real aproximado de 0,65% em relação ao concedido por Bolsonaro.
Mas, para os sindicalistas, o valor ainda é insuficiente. Por isso, na reunião de quarta-feira, vão solicitar que o salário mínimo seja reajustado para R$ 1.342 – aumento de 10,7% ante aos R$ 1.212 vigentes durante praticamente todo o ano de 2022.
O valor reivindicado pelos sindicalistas foi calculado garantindo ao piso um aumento baseado na inflação (cerca de 5,7%), mais um ganho real de percentual igual ao do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi de 5%. A fórmula é semelhante a aplicada durante os governos petistas para a política permanente de valorização do salário mínimo, que é uma promessa de campanha de Lula.
CORREÇÃO DA TABELA DO IR
Segundo Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT e bancária do Bradesco, outro ponto a ser apresentado ao presidente será a necessidade de correção da tabela do imposto de renda.
“Para valer para a declaração deste ano, a mudança teria que ter sido feita em 2022. Mas o governo anterior não corrigiu a tabela”, observou, ao lembrar do princípio da anualidade, pela qual as regras de tributação devem ser aprovadas no ano anterior ao da cobrança.
Como o governo anterior não corrigiu a tabela, neste ano (2023), quem ganha mais do que R$ 1.903,98 (cerca de um salário mínimo e meio), terá que pagar imposto.
“Infelizmente, para a declaração deste ano, Lula não poderá corrigir, mas vamos apresentar a pauta para que ele e seu governo fiquem atentos e façam a correção anual. Assim, trabalhadores que ganham tão pouco não precisarão pagar imposto”, completou.
Uma das reivindicações dos sindicalistas é para que quem ganhe até R$ 5 mil não precise pagar imposto.
Fonte: Bancários de São Paulo