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BANCÁRIOS REPUDIAM ATAQUE DE DEPUTADO DO PARTIDO NOVO

Durante a votação da Medida Provisória 905, na noite de terça-feira, 14, o deputado e empresário Alexis Fonteyne (Novo-SP) atacou os direitos dos trabalhadores bancários consolidados por décadas de mobilização e luta.

Dentre outras medidas, a MP 905 altera a jornada dos bancários, permite o trabalho aos sábados e coloca em risco a PLR dos trabalhadores. A declaração do parlamentar também revelou desconhecimento sobre os riscos contidos na atividade bancária.

“A orientação do partido Novo é sim. Agora tenho escutado tanto essa conversa dos bancários. Os bancários trabalham seis horas por dia, como se fosse um absurdo passar para oito. Todo mundo trabalha oito. Não trabalha sábado e domingo, não mexe mais com dinheiro, não tem mais a compensação. Tudo é digitalizado. Trabalha no ar-condicionado. E fazem todos os outros trabalhadores e o cidadão comum brasileiro terem de ir na hora do almoço para poder resolver coisas no banco, porque o banco só trabalha das 10h às 16h”, declarou o parlamentar.

“Eu estou, assim, incrédulo com o que nós estamos falando aqui. Por que eles não podem trabalhar como todos os outros trabalhadores do Brasil? Por que eles, que inclusive trabalham no ar-condicionado tem que fazer aquela pessoa da forjaria, da estamparia, sair da fábrica na hora do almoço, perder o seu almoço para poder resolver coisas no banco porque eles não podem abrir aos sábados? Então, presidente, eu não estou conseguindo entender essa defesa daquilo que devia ser comum a todos nós”, continuou o deputado.

JORNADA DE SEIS HORAS NÃO É PRIVILÉGIO, É CONQUISTA
A jornada de seis horas dos bancários não é privilégio. É uma conquista garantida na Convenção Coletiva de Trabalho desde 1933, devido a uma questão sanitária. Isso porque, na época, havia alta incidência de tuberculose entre a categoria.

Agora, em 2020, justamente durante mais uma crise sanitária para conter a pandemia da Covid-19 e seus efeitos, os deputados da base governista e do chamado “centrão” aprovaram a MP 905, que retira uma série de direitos dos trabalhadores, e também dos bancários, que estão na linha de frente durante a pandemia.

PRESSIONE OS SENADORES
A MP agora será votada no Senado. As entidades representativas da categoria orientam os trabalhadores a cobrarem dos senadores que votem contra a MP que interfere na jornada e na PLR dos bancários.

Os senadores eleitos por Minas Gerais são:

Antonio Anastasia (PSD/MG)
Telefone: (61) 3303-5717
E-mail: sen.antonioanastasia@senado.leg.br

Carlos Viana (PSD/MG)
Telefone: (61) 3303-3100
E-mail: sen.carlosviana@senado.leg.br

Rodrigo Pacheco (DEM/MG)
Telefone: (61) 3303-2794 / 2795
E-mail: sen.rodrigopacheco@senado.leg.br

Também vote NÃO na enquete do site do Senado sobre a MP 905.

TRABALHO BANCÁRIO ADOECE
O trabalho bancário sempre foi de alto risco de adoecimento. As doenças que acometem a categoria foram mudando ao longo da história, passando da tuberculose para as LER/Dort e, mais recentemente, para as doenças psicossomáticas, como síndrome do pânico ou depressão resultantes da cobrança por metas abusivas.

Junto com a categoria, ao longo das décadas, o movimento sindical bancário lutou e conquistou inúmeras melhorias nas condições de saúde, segurança e trabalho. Um exemplo recente foi a negociação coletiva, junto à Fenaban, que resultou em um aditivo para que os efeitos da MP 905 não valessem para os bancários até dezembro de 2020.

A redução da jornada, sem redução de salário, com dois turnos de atendimento, é uma reivindicação histórica da categoria negada diversas vezes pelos banqueiros em negociações passadas. Esta solução geraria mais emprego, pouparia a saúde dos bancários, e atenderia melhor a população se adotada. Contudo, é justamente o contrário daquilo que está sendo implantado pelo governo Bolsonaro com a ajuda dos deputados do chamado “centrão”.

Os sindicatos também combateram a MP 905 desde a publicação, explicando para a categoria e a sociedade os pontos nocivos contidos em seu texto.

Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Seeb-SP

TAGS: #Direitos

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