A ultra ingerência do governo Bolsonaro no Banco do Brasil causou revolta nas redes sociais nesta quinta (25). Uma campanha publicitária do banco foi reprovada pelo Palácio do Planalto, “por ter diversidade demais”. O presidente Jair Bolsonaro não gostou e decidiu vetar o vídeo, protagonizado por um elenco de jovens negros e tatuados usando anéis e cabelos compridos. Eles divulgavam o serviço de abertura de conta pelo aplicativo do banco. As informações são do jornal O Globo.
Marcado pela diversidade, uma representação da população brasileira, o comercial era dirigido ao público jovem, o qual o banco tem interesse em atrair. Mas sob essa justificativa implausível, o capitão agiu rápido e não mandou recado: ele próprio entrou em contato com o presidente do BB, Rubem Novaes, para reclamar e vetar a peça publicitária.
O diretor de Comunicação e Marketing do BB, Delano Valentim, acabou levando a pior. De férias, ele não voltará a assumir o cargo.
Em nota, Rubem Novaes se limitou a dizer: “O presidente e eu concordamos que o filme deveria ser recolhido. A saída do diretor de Marketing é uma decisão de consenso — inclusive com aceitação do próprio”.
“Qual o motivo de tanta irritação por parte do capitão? Por que a diversidade o incomoda?”, questiona o diretor do Sindicato Kleytton Morais. Isso é preconceito e o Sindicato repudia comportamentos dessa natureza”.
O diretor do Sindicato acrescenta: “Além de suspender a veiculação e demitir o diretor de marketing, demonstrando uma ultra ingerência no BB, Bolsonaro ainda soltou mais uma pérola: ‘o Brasil não pode ser um país do mundo gay, de turismo gay’, temos famílias’”.
Essa atitude, tanto do presidente quanto do BB, representa um retrocesso à promoção da diversidade e da igualdade, uma luta constante do movimento sindical. “É preocupante a volta da censura, e esperamos que a instituição financeira reavalie sua postura de retirar o vídeo do ar”, cobra Kleytton.