A situação dos trabalhadores bancários e o fechamento de agências foi o tema de duas entrevistas concedidas pelo presidente do Sindicato dos Bancários de Uberaba, Diego Bunazar, na rádio JM no último final de semana. No diálogo, o bancário relata que ao contrário das situações anteriores, o Banco do Brasil não está anunciando abertamente o fechamento das agências do Boa Vista e Abadia, marcadas para o próximo mês. “Quem está divulgando a mudança são os funcionários e o sindicato. Não há transparência por parte do banco”, relatou.
O presidente do sindicato relata que as duas unidades estão com falta de funcionários há anos. A agência do Boa Vista sempre tem esteve com falta de 50% dos seus trabalhadores. “No Banco do Brasil já faltavam 14 funcionários em Uberaba, mas o banco não promove concursos desde 2017. Com o Plano de Demissões Voluntárias (PDV), são esperados dez desligamentos em Uberaba”, ressaltou. Se isso ocorrer vão faltar 24 trabalhadores para o bom atendimento da população pelo banco. Além disso, o banco cortou unilateralmente as gratificações de caixa, na prática reduzindo os salários, atingindo mais de 30 trabalhadores na região.
O sindicalista avalia que o sistema financeiro brasileiro nos dias atuais é um oligopólio. São 5 empresas com quase toda a totalidade do mercado que tem por hábito atender mal e cobrar caro pelos serviços. No caso das agências do Banco do Brasil da Abadia e Boa Vista, mesmo com grande demanda, a instituição insiste no fechamento, precarizando o trabalho e o atendimento à população.
DESMOBILIZAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DO BRASIL
Os bancos públicos – Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal – são as grandes ferramentas que propiciam o desenvolvimento econômico e social no Brasil. No entanto, nos últimos anos tem havido uma desmobilização desse esforço. “Os bancos públicos são os pilares na geração de emprego e no crescimento da economia e da sociedade, mas esta tem deixado de ser a prioridade principal dos bancos. Isso pode afetar diretamente as pequenas empresas, os produtores rurais e os pequenos comerciantes”, avalia Diego Bunazar.