A cartilha Gestão pelo Medo na Caixa, divulgada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) e pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), é um alerta aos trabalhadores sobre o adoecimento físico e mental da categoria e uma orientações para denunciar práticas como assédio moral e descomissionamento arbitrário.
A publicação, elaborada com assessoria da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), traz relatos de empregados da Caixa que sofreram assédio moral e como isso afetou a saúde deles.
“Essas práticas são muito graves, ainda mais num momento como o que vivemos, no qual todas as pessoas estão com o seu estado emocional abalado. Mesmo assim, os empregados não abandonam a linha de frente em prol do atendimento da população. Entretanto, alguns gestores os pressionam a trabalhar de forma desumana e expõem suas saúdes aos mais diversos riscos”, ressalta Dionísio Reis, coordenador da CEE/Caixa.
Nos relatos, trabalhadores do banco público contam a pressão pelo cumprimento de metas e ameaças de descomissionamento. “Fui diagnosticado com Síndrome de Burnout (distúrbio ligado ao trabalho) e fiquei dois meses internado em uma clínica psiquiátrica”, desabafa um empregado.
A cartilha traz ainda dados de uma pesquisa sobre a saúde dos trabalhadores do banco, realizada em 2018 pela Fenae, que apontou o adoecimento da categoria: 60% estão sobrecarregados, 33% já tiveram problema de saúde por causa do trabalho; 60,5% dos casos são doenças psicológicas e causadas por estresse; 20% sofrem de depressão ou ansiedade; 19,6% buscam acompanhamento psicológico ou psiquiátrico; 53,6% já sofreram assédio moral e apenas 3% dos casos de assédio moral foram registrados no RH da Caixa.
“É fundamental que os empregados da Caixa denunciem o assédio e outras práticas que atentam contra a saúde deles. As entidades sindicais e associativas têm denunciado e cobrado da direção da Caixa soluções para o problema e condições dignas de trabalho na empresa”, enfatizou o presidente da Fenae e secretário de Finanças da Contraf-CUT, Sergio Takemoto.
Fonte: Contraf-CUT