Dirigidos, no Governo Lula, para estimular a economia e facilitar o acesso ao crédito, os bancos públicos, sob Michel Temer, voltaram a operar sob a mesma lógica extorsionista do sistema bancário do Brasil.
As tarifas, sobretudo na Caixa, tiveram elevações brutais, como se vê na tabela publicada pelo site Infomoney, produzida pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor.
O banco está descapitalizado e desertou até de seu papel histórico de financiador do sistema habitacional. Quem aprovou crédito imobiliário desde outubro, mesmo que em parcela pequena do valor total, pagou vistoria, assinou papéis e…ficou chupando dedo e pressionado por quem vendeu financiado, porque os valores pararam de ser liberados e não têm data para voltar.
No Banco do Brasil, os microempreendedores individuais – uma grande conquista na formalização do trabalho “por conta própria” – pagam seis vezes mais pela abertura de uma conta.
Clientes com mais de 20 anos de relacionamento, para obter um pequeno empréstimo, são extorquidos com taxas de juros superiores a 6% ao mês, ou 100% anuais, mais caras que as de agiotas. Não é figuração, é experiência própria.
Até no crédito consignado, que tem risco zero, a taxa anda, na Caixa, em torno de 28% ao ano, quatro vezes mais que a taxa Selic.
Não vou falar em cheque especial e em cartão de crédito, porque não sou sádico.
O fato concreto, porém, é que sem que se imponha um diferencial positivo aos bancos públicos, a banca privada vai ocupando os espaços e ganhando mercado.
Fenando Brito
Fonte Tijolaço