Resumo:
• Após demissões, banco enviou nota à imprensa para justificar situação
• Sem argumento, Santander fala que está criando empregos no sul do Brasil
• Alegação de produtividade não condiz com a realidade dos demitidos em Uberaba
• Reorganização pós-demissão põe bancário responsável por duas agências
• Trabalhadora, que é portadora de deficiência, pede demissão por conta da sobrecarga de trabalho
• ‘Banco que cria situações como esta não tem qualquer sensibilidade social’
O Santander demitiu duas trabalhadoras em Uberaba, que se somam aos mais de 800 demitidos somente durante a pandemia em todo o Brasil. O Sindicato protestou na porta da instituição em Uberaba pela desumanidade de deixar duas famílias sem sustento em plena pandemia. A agência atingida ficou paralisada na última segunda (10).
Em resposta, o banco enviou para a imprensa local a justificativa de que está criando 1000 empregos no sul, além de prometer quatro mil novos empregos no país. “É errado o banco trocar demissões em Uberaba por empregos no sul do país. Além disso, a versão de criação de empregos também não condiz com a realidade do banco, que fechou 2.564 postos de trabalho em doze meses”, aponta o presidente do Sindicato em Uberaba, Diego Bunazar.
O banco também ressaltou na nota à imprensa a questão da produtividade. A justificativa não procede, já que as demissões realizadas são de pessoas que já prestam serviços ao banco por longos anos. Uma delas com cargo estratégico, inclusive, já atuava há mais de 23 anos nas redes bancárias comandadas pelo Santander.
PEDIDO DE DEMISSÃO COM A SOBRECARGA DE TRABALHO
O banco fala na necessidade crescente de automação. Na verdade, a realidade nas agências é outra. O Santander promove desemprego onde atua e uma brutal sobrecarga de trabalho entre os trabalhadores. Isso faz com que os bancários trabalhem no limite e a um passo do adoecimento. Essa realidade ficou comprovada com os acontecimentos posteriores à demissão.
Para suprir a carência dos demitidos, o Santander reorganizou as equipes entre as agências de Uberaba. No entanto, não tendo pessoal para suprir tudo, o banco determinou que uma profissional gerisse atividades estratégicas em duas agências. Pior: a pessoa era portadora de deficiência. A profissional acabou preferindo se demitir, já antevendo que seria impossível cumprir a missão determinada pelo banco .
“O Santander não consegue justificar a realidade: O banco lucra bilhões e não tem sensibilidade social com as cidades e o país. Trata de modo diferente o Brasil, desrespeitando os brasileiros, de onde tira a maior parte de seus lucros”, avalia Diego Bunazar. Nem os acordos feitos com o movimento sindical o banco tem conseguido cumprir: “Temos problemas com o Itaú e Bradesco, mas eles estão cumprindo o acordo de não demitir na pandemia”, destacou.
Fonte: ContrafCUT