Embora o balanço do terceiro trimestre de 2021 do grupo Santander aponte a contratação de mais de 4 mil trabalhadores nos últimos 12 meses encerrados em setembro, a realidade dentro das agências evidencia o acúmulo de funções, a sobrecarga de trabalho, aglomerações e aumento da cobrança de metas – cenário resultante da falta de funcionários.
Além disto, a abertura de novos CNPJ no grupo espanhol revela que essas contratações não são de trabalhadores bancários, e sim de funcionários terceirizados.
No terceiro trimestre de 2016, o Santander tinha 34 milhões de clientes, número que saltou para 51,8 milhões no terceiro trimestre de 2021. Um aumento de 52,4%. O número de trabalhadores, por sua vez, aumentou apenas 2,5% no mesmo período, passando de 48.024 para 49.246.
O banco espanhol também fechou 226 agências no país entre o terceiro trimestre de 2016 e o terceiro trimestre de 2021, passando de 2.255 para 2.029, uma queda de 10% do total. Os dados são das Demonstrações Financeiras do Banco Santander.
Mesmo diante deste cenário de fechamento de agências e aumento exponencial do número de clientes, o Santander estendeu o horário de atendimento das agências, com início às 9h para público preferencial, medida tomada de forma unilateral e sem nenhum diálogo com a representação dos trabalhadores, e que evidenciou ainda mais a falta de funcionários e os problemas decorrentes.
Por todo o país se tem verificado que o fluxo de clientes tem aumentado consideravelmente após às 14 horas, gerando aglomerações. Os funcionários têm relatado que não estão conseguindo lidar com sete horas ininterruptas de atendimento, e o fluxo e os processos de trabalho não estão adequados, de forma que os trabalhadores não estão conseguindo lidar com o atendimento ao público, simultaneamente a todo o trabalho burocrático da agência.
Muitos trabalhadores relatam dificuldades até para almoçar, e muitas agências permanecem com clientes no seu interior depois das 16h para conclusão do atendimento.
Fonte: Bancários de São Paulo