A CUT encerrou no último domingo (24) a 16ª plenária atualizando seu plano de luta, chamando para a resistência contra a “reforma” administrativa e já convocando para o próximo congresso nacional da entidade, em outubro de 2023. Antes disso, no entanto, o foco está na eleição do próximo ano. A central vê ali uma oportunidade de “transformação” do país, a partir da mudança de governo.
“Bolsonaro quando foi eleito disse que ia acabar com o MST e com a CUT, mas a nossa central não só não acabou, mas como está mais forte. Ele é que está derretendo. As pesquisas mostram isso”, afirmou o vice-presidente da entidade, Vagner Freitas. “A nossa central segue forte, grande e vamos continuar representando a classe trabalhadora”, ressaltou.
DEMOCRACIA EM PERIGO
“Não daremos trégua”, afirmou, por sua vez, a secretária-geral cutista, Carmen Foro. “Enquanto a democracia e a vida da classe trabalhadora estiverem em perigo, estaremos firmes nas ruas e em todos os lugares. Vamos derrotar Bolsonaro e transformar o Brasil”, reforçou.
Com representação praticamente paritária entre homens e mulheres, os 951 delegados da plenária realizaram a primeira plenária virtual da CUT, que completou 38 anos em agosto. A abertura teve justamente a presença de Lula. O evento terminou com homenagem ao educador Paulo Freire.
Para o presidente da CUT, Sérgio Nobre, o desafio do movimento sindical é se preparar para as transformações no mundo do trabalho (Roberto Parizotti)
Cinco confederações de trabalhadores no setor público assinaram carta (“Aliança das Três Esferas”) em que se comprometem a somar forças contra o projeto de “reforma” administrativa do governo. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32 passou em comissão especial, mas a presidência da Câmara não inclui o projeto na pauta do plenário com receio de derrota.
NOVA REALIDADE DO TRABALHO
Para o presidente da CUT, Sérgio Nobre, ao movimento sindical se apresenta o desafio de organizar o que ele chama de “novo mundo” do trabalho. Algo que já ocorria antes da pandemia, mas se intensificou. “O novo mundo do trabalho pode ser considerado bom ou ruim, e o que vai decidir isso será a nossa capacidade de organização para fazer esta disputa de sociedade por um país inclusivo, representativo e combativo na luta cotidiana na vida e no trabalho”, afirmou o dirigente. “O futuro do movimento sindical começa agora e este dia será histórico. Não será fácil construir, e este será nosso desafio.”
Entre as várias mudanças em curso, está o trabalho em casa, que cresceu em razão da pandemia. “Muitos estão trabalhando muito mais agora, sem jornada, sem direitos. E o trabalho como o home office, por exemplo, precisa ser regulado. Temos que ouvir as categorias e entender essa nova realidade para ser cada vez mais representativo de fato.”