Em negociação da Campanha Nacional Unificada dos Bancários (campanha salarial) – iniciada na tarde desta segunda 29 e que avançou pela madrugada de terça 30 – os bancos continuaram intransigentes na sua proposta, impondo reajuste abaixo da inflação e pretendendo substituir por aumento no vale-alimentação.
O Comando Nacional dos Bancários ficará de plantão até o final do dia desta terça 30 e convocará assembleia para esta quarta 31.
“Insistimos muito no aumento real e a Fenaban continuou insistindo em dar um reajuste abaixo da inflação. Isso é um absurdo. A Fenaban não está valorizando os bancários, que tanto dão lucro aos bancos. Então, o Comando decidiu que não é possível continuar devido a intransigência dos bancos. Paramos a negociação”, descreve Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
O Comando irá se reunir a partir das 11h para decidir os próximos passos. Já está decidido que será chamado assembleias para esta quarta (31), para que os bancários decidam os próximos passos da categoria. A greve não está descartada. O Comando estará em São Paulo, aguardando uma nova proposta e mesa de negociação com a Fenaban.
A PROPOSTA ECONÔMICA REJEITADA PELAS ASSEMBLEIAS DOS BANCÁRIOS:
- Reajuste de apenas 75,8% da inflação, perda real de 2% nos salários;
- reajuste da PLR de 100% da inflação;
- reajuste do VA e do VR 100% do INPC, que temos uma projeção de que seja 8,88%, abaixo da inflação real para os alimentos.
OS AVANÇOS:
COMPLEMENTAÇÃO DO AUXÍLIO DOENÇA
Com relação ao auxílio doença previsto na cláusula 29 da CCT, os bancos queriam incluir uma alínea ao parágrafo primeiro da cláusula para estabelecer que somente teria direito ao auxílio o empregado que tivesse retornado ao trabalho e trabalhado ininterruptamente pelo período mínimo de 6 meses após o recebimento da última complementação, mas após reivindicação do Comando, os bancos retiraram a proposta.
TELETRABALHO
Este é um tema novo a entrar na CCT. Os bancos concordaram com a reivindicação de controle de jornada para todos os trabalhadores; com o fornecimento e manutenção de equipamentos; com o direito à desconexão para que gestores não demandem os trabalhadores fora do horário de expediente dos mesmos; com a manutenção dos direitos da CCT aos trabalhadores que realizem suas funções fora das dependências do banco; com prevenção e precauções com a saúde dos trabalhadores; com a criação de canal específico para que os trabalhadores em teletrabalho tirem suas dúvidas.
Os trabalhadores com filhos de até quatro anos, ou com deficiência terão prioridade e as bancárias vítimas de violência doméstica poderão escolher se preferem trabalhar em domicílio, ou nas dependências do banco.
Os bancos facilitarão a realização de campanhas de sindicalização e o contato com os trabalhadores em teletrabalho. Será criado um GT bipartite para acompanhar o cumprimento da cláusula.Mas ainda falta avançar na ajuda de custo.
ASSÉDIO SEXUAL
A nova cláusula sobre assédio sexual fará repúdio à esta prática nos bancos e os gestores e empregados passarão por treinamento para prevenção e esclarecimento sobre possíveis consequências. Também está em debate a participação das entidades sindicais no canal de denúncias a ser criado, assim como o acompanhamento dos casos pela comissão bipartite de diversidade que já existe.
ASSÉDIO MORAL E COBRANÇA DE METAS
O tema será pautado na primeira reunião de negociação de 2023 dos bancos que têm comissões de empresa. Os bancos que não têm comissão de empresa devem realizar reunião específica com a representação dos trabalhadores para tratar do tema.
Com informações dos Sindicatos dos Bancários de São Paulo e Belo Horizonte