A solução para a forte redução de empregos causada pela implementação das tecnologias disruptivas, como a Inteligência Artificial (IA), não acontecerá sem o diálogo tripartite entre representantes do governo, empregadores e trabalhadores.
Essa foi a conclusão da primeira reunião sobre o tema na história, realizada nesta quarta-feira (12), pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra, na Suíça, no âmbito da 112ª Sessão da Conferência Internacional do Trabalho (CIT).
O encontro contou com a participação de uma comitiva brasileira, formada por representantes do movimento sindical bancário e empregadores do setor, além de membros do judiciário, legislativo e executivo do país.
“Este é um tema que precisávamos, de fato, que fosse debatido, porque esse processo já está acontecendo no setor financeiro brasileiro, onde, atualmente, um trabalhador exerce a função de dois, três e até quatro, com a implementação da inteligência artificial na automação de tarefas. A tecnologia é importante, mas é preciso que a sua implementação não venha acompanhada do aumento das desigualdades sociais, mas do contrário”, explicou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e vice-presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Juvandia Moreira, durante o encontro.
O ministro do Trabalho do Brasil, Luiz Marinho, destacou na reunião a necessidade de “valorizar a negociação coletiva”, pontuando que, sem o diálogo entre todos os setores envolvidos, não será possível encontrar soluções para a redução de empregos que a IA já está gerando. O ministro citou dados de estudo feito pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e divulgado em janeiro.
“O levantamento mostra que o aumento do uso da Inteligência Artificial afetará 40% dos empregos em todo o mundo, o que poderá aprofundar ainda mais as desigualdades sociais”, completou Marinho.
Fonte: Contraf-CUT