O último dia da 25ª Conferência Estadual da Fetrafi-MG/CUT contou com a presença on line da presidenta da Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira, que palestrou na mesa sobre a conjuntura política do Brasil.
Juvandia reforçou a importância do movimento sindical se mobilizar em prol da reforma tributária. “A reforma é uma forma de fazer justiça social. É fundamental entrarmos nesse debate para que os trabalhadores entendam como a reforma irá beneficiá-las”.
Ainda foi destacado o papel da categoria bancária em outras lutas que contribuíram para a vida dos trabalhadores brasileiros. Juvandia ressaltou o potencial que a categoria bancária tem para se engajar na reconstrução do país. “Temos uma militância muito qualificada, organizada e um histórico de mobilização pelo Brasil”, afirmou.
PLATAFORMAS DIGITAIS
A segunda mesa do dia abordou o tema “Comunicação e regulamentação das plataformas digitais”. O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) palestrou sobre o Projeto de Lei 2630/20, que institui a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet.
O deputado criticou a chamada “economia da emoção”, que monetiza o discurso de ódio e viola direitos individuais. Ele aponta que essa estratégia é utilizada no mundo inteiro para manipulação de massas. “Quanto mais extremismo, mais engajamento. E os algoritmos produzem bolhas, que concentração de poder das grandes empresas de tecnologia. Para isso, é fundamental responsabilizar as big techs pelo que é publicado nas redes.
“Quem ganhou dinheiro com as postagens é corresponsável pelos danos causados. A alteração de regime de responsabilidade vai possibilitar um ambiente mais saudável on line”, finalizou.
Além das lideranças bancárias de Minas Gerais e palestrantes, a Conferência foi acompanhada por representantes de entidades nacionais como Wagner Nascimento, diretor de Seguridade da Previ, Eliana Brasil, coordenadora do Grupo de Trabalho em Defesa dos Bancos Públicos da Contraf-CUT, e Magaly Fagundes, secretária Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT.
SAÚDE DO TRABALHADOR E DA TRABALHADORA
Os trabalhos da 25ª Conferência continuaram na tarde de sábado, com a Mesa de Saúde, presidida pela secretária da pasta na Fretafi-MG, Luciana Duarte, e a presença do secretário de Saúde da Contraf-CUT, Mauro Salles.
O debate perpassou as causas do adoecimento psíquico da categoria, como a pressão pelo atingimento das metas, o assédio moral e os sistemas de avaliação de resultados. Mauro Salles classificou essas estratégias dos bancos como “mecanismo adoecedor”.
“Esse sistema responsabiliza o trabalhador(a) e premia o individualismo. Precisamos dar visibilidade e engajamento em nível nacional para esta causa, pois os bancários estão pedindo socorro e temos que cobrar dos bancos para obter melhorias”, afirmou Salles.
GRUPOS DE TRABALHO
Em seguida foram realizados dois grupos de trabalho. O primeiro sobre o “Papel dos bancos públicos, importância do crédito, fim da gestão por assédio, papel do sistema financeiro e reforma tributária”.
O segundo GT debateu “Inclusão digital, redes sociais, sindicalização, inclusão do ramo e fortalecimento das entidades”.
Na sequência foram apresentadas as propostas dos grupos para a etapa final e a escolha d@s representantes de Minas Gerais para as Comissões de Organização dos Empregados (COE’s) dos bancos públicos e privados e para a Conferência Nacional.
Entre as propostas aprovadas para a 25ª Conferência Nacional dos Bancários, estão:
- Defesa do papel social dos bancos públicos, pelo desenvolvimento do Brasil e com inclusão bancária
- Cobrar gestão humanizada nos bancos
- Continuidade da mobilização pela queda na taxa de juros
- Apoio à aprovação da reforma tributária no Senado e esclarecimento da sociedade sobre o tema
- Fim das terceirizações em todos os bancos
- Volta das homologações nos sindicatos
- Realização de seminário estadual para traçar estratégias de comunicação
- Realização de pesquisa nacional, com critérios científicos, para traçar um perfil da categoria bancária
- Realização de levantamento, por meio do Dieese, sobre os trabalhadores do ramo financeiro que não estão nos bancos
DEFESA DA CAIXA
Ao final da Conferência Estadual, os participantes também aprovaram por aclamação o “Manifesto das Bancárias e dos Bancários de Minas Gerais em defesa da Caixa”
O documento expressa o desejo dos empregados de resguardarem a Caixa, alvo de ataques e de tentativas de uso como moeda política, além de reivindicar atenção do Governo para com a qualidade do ambiente de trabalho em que se encontram os bancários em geral.
Fonte: Fetrafi-MG